2014-06-20 15:34:48

P. Marchesini recebeu das Nações Unidas o Prémio População Mundial


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O missionário Dehoniano P. Marchesini foi homenageado no passado dia 12 de Junho, em Nova York, com o prestigioso reconhecimento do “Prémio População Mundial”. Padre Aldo Marchesini, de 72 anos e natural de Bologna (Itália), empenhado nos hospitais de Moçambique desde 1970, recebeu o importante Prémio pelo seu empenho na área de saúde naquele País africano.

Uma vida missionária para todos os efeitos, a do Padre Aldo Marchesini, que em 40 anos de apostolado em África também enfrentou um sequestro e diversas prisões. Mas a sua maior contribuição, nas sendas do Evangelho, foi a que ele deu às mulheres pobres naquelas terras, muitas vezes marcadas por problemas relacionados com partos difíceis. E é por isso que a ONU reconheceu-lhe o "Prémio População Mundial", instituído em 1981 para premiar pessoas e organizações que se destacaram na melhoria da saúde da população mundial:

"Dediquei-me a tratar os doentes, especialmente os de tipo cirúrgico e, em seguida, a ensinar os jovens médicos e enfermeiros. A actividade de ensino faz-se com a vida, com os comentários, as perguntas. Ultimamente, tenho dedicado a minha vida às mulheres com problemas da fístula bexiga-vaginal devido ao parto prolongado. Estas mulheres são rejeitadas pela sociedade, porque sempre perdem urina. Sozinhas não podem curar, devem ser operadas. Finalmente, nestes últimos anos, tem havido uma tomada de consciência por parte das autoridades sanitárias mundiais e escolheram esta doença como uma prioridade no terceiro milénio. Exortaram os governos a fazer algo para melhorar. Ver estas mulheres, rejeitadas por todos, a fazer operação e a ficar curadas, é uma nova vida que começa. Esta satisfação não tem preço".

Em 2003 o Padre Aldo Marchesini descobre de ser afectado por HIV, contraído nas operações de algumas parturientes seropositivas. Não quis regressar a Itália para o tratamento, porque considerava injusto que as populações africanas não pudessem ter acesso aos medicamentos salva-vidas para aquela terrível doença. Ele se bateu para trazer aqueles medicamentos aos seus hospitais e tentar lutar e curar diante do seu povo. Considerou aquela experiência uma graça, para poder perceber a partir de dentro o que se sente em situações de doença. "Jesus levou-me às periferias da terra - disse ele durante a cerimónia de premiação nas Nações Unidas, no dia 12 de Junho - Viver com os mais pobres é uma experiência extraordinária, porque pouco a pouco se entende, como dizia Jesus, que os sábios e os inteligentes não conseguem compreender os segredos do mundo, que são, pelo contrário, abertos aos pequenos e aos pobres". Mas, agora, o que fará com o seu regresso aos hospitais, em terras missão?

"Em Moçambique, muito trabalho espera por mim. sempre trabalho por lá, uma infinidade. Retomarei a minha vida de todos os dias".

Uma vida bela porque, como ele disse no fim da cerimónia no Palácio de Vidro em Nova York: "Penso que poder trabalhar com os pobres é uma das maiores fortunas que alguém pode ter".








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