Cidade do Vaticano - (RV) - A Eucaristia
é a memória da paixão-morte-ressurreição de Jesus. Ele nos diz que comer sua carne
e beber seu sangue é condição para vivermos. Ao mesmo tempo em que Jesus vem a mim
e me dá seu corpo e seu sangue como alimentos, uno-me a eles, e torno-me um só com
ele. Nessa união eucarística sacramental, sou unido à sua paixão, morte e ressurreição,
sou unido à Vida.
Comungar o corpo do Senhor significa identificar-se com ele,
deixar que ele continue sua vida, sua missão redentora em nós, isto é, deixar que
a vida de Jesus transpareça na nossa.
Para que isso aconteça é necessário que
a Eucaristia encontre o nosso coração preparado para recebê-la e deixá-la frutificar.
Isso é feito quando antes de comungarmos acolhemos o Senhor através da escuta de sua
Palavra, quando permitimos que ela nos purifique, adeque nossa vida à vida do Senhor.
Então, a comunhão será de fato uma comum união com Jesus Cristo.
A consequência
dessa comunhão, primeiro da Palavra e depois Eucarística, será passarmos para quem
nos vê, a bondade, o amor de Jesus. Sendo assim, nosso semblante, nossas ações, nossas
palavras deverão permitir que reconheçam em nós a presença amorosa de Jesus que continua
sua missão.
São Paulo na segunda leitura nos fala que a Eucaristia é um alimento
partido e dividido com os irmãos. A participação na comunhão do corpo e do sangue
do Senhor supõe harmonia dentro da diversidade. “Porque há um só pão, nós todos somos
um só corpo, pois todos participamos desse único pão.” (I Cor 10,17) Por isso do
mesmo modo que a Igreja faz a Eucaristia, a Eucaristia faz a Igreja. Não é possível
separar o corpo eucarístico do corpo eclesial, da comunidade. Celebrar a Euaristia
e partilhar o corpo e o sangue do Senhor é comprometer-se em partilhar o que se tem
e, sem dúvida, partilhar a própria vida como fez Jesus e continua fazendo na Eucaristia. (CAS)