Rede católica pede tratado contra violações das multinacionais
Bruxelas (RV) - A rede Internacional de Agências Católicas de Desenvolvimento
(CIDSE) afirmou, nesta quarta-feira, que é preciso criar mecanismos que "responsabilizem
as empresas multinacionais" em casos de "violação de direitos humanos".
Num
comunicado enviado à Agência Ecclesia, o secretário-geral desta organização, Bernd
Nilles, sublinha que "nos últimos anos, têm-se sucedido os exemplos de atividades
econômicas que resultaram em violações contra o direito ao trabalho, terra, subsistência,
saúde e ambiente sustentável".
O responsável faz um apelo aos países e governos
representados no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para que "cheguem
a um acordo para o desenvolvimento de um tratado que proteja efetivamente as populações
e os ativistas de direitos humanos, que têm visto a sua situação deteriorar-se cada
vez mais".
Para reforçar esta necessidade, a CIDSE assinou uma petição junto
com mais de 500 organizações da sociedade civil, que será levada a Genebra, onde se
realiza, até 26 de junho, a 26ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações
Unidas.
Além de marcar presença neste encontro, o organismo católico está preparando
"um evento adicional para chamar a atenção para as violações de direitos humanos ligadas
à extração de minérios na América Latina, Ásia e África".
Esta iniciativa se
insere na Semana Global de Mobilização, de 23 a 27 de junho.
No âmbito desses
projetos, a CIDSE acompanhará "uma comitiva de bispos europeus em visita à Guatemala",
para ir ao encontro das "comunidades indígenas que lutam por justiça, dignidade e
pela sua terra".
Os prelados terão a oportunidade de estar em La Puya, que
há mais de dois anos é palco da resistência pacífica das populações contra a atividade
de mineração das empresas estrangeiras no país. (MJ/Agência Ecclesia)