2014-06-18 12:13:17

Como conciliar lucro e benefícios sociais? A resposta está nos 'investimentos de impacto'. Ouça


RealAudioMP3
Cidade do Vaticano (RV) – Segunda-feira, 16, o Papa Francisco recebeu o grupo de participantes do Encontro “Investir para os pobres. Como o investimento de impacto pode servir o Bem-comum”, promovido pelo Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, pela Catholic Relief Services (Caritas EUA), Colégio de Negócios Mendoza e Universidade Notre Dame. Os participantes debateram os conceitos fundamentais do investimento de impacto e discutiram a proposta em conjunto com a missão da Igreja, a fim de entender como a instituição pode utilizá-lo ou promovê-la para servir aos pobres.

Para o Papa Francisco, o “investidor de impacto é um conhecedor da existência de profundas desigualdades sociais e de penosas condições de desvantagem enfrentadas por populações inteiras”. Ainda em seu discurso, o Pontífice afirmou “a urgência de que os governos de todo o mundo se empenhem a desenvolver um quadro internacional para promover o mercado do investimento de alto impacto social, para contrastar a economia da exclusão e do descarte.”

A “Convenção Investir para os Pobres” iniciou domingo, 15, e termina quinta, 19 de junho, em Roma, e tem como palestrante o brasileiro Marcus Regueira, especialista em mercado financeiro, tendo acumulado mais de 25 anos de experiência bancária e de investimentos privados na América Latina. Marcus é fundador e membro do Conselho do Instituto Hartmann Regueira (www.institutohr.org.br), Organização da Sociedade Civil de Interesse Público cuja missão é a gestão de investimentos de impacto social e o fortalecimento da gestão do Terceiro Setor.

Ele foi entrevistado pela RV e começou definindo o conceito de 'investimento de impacto'.
Investimento de impacto é uma forma de se utilizar investimentos com fins lucrativos para o benefício dos mais destituídos. Isto significa investimentos de geração de receita para cidadãos e cidadãs que precisam gerar riqueza para a sobrevivência e o crescimento. Imagine o capitalismo humanista, que olhe para o lucro não como um fim, mas como um processo integrado na formação de dignidade e no benefício para o todo e para todos. Trata-se de tirar o que há de melhor do capitalismo e aplicar na necessidade de solução da pobreza e geração de dignidade para o individuo. Imagine, por exemplo, cooperativas. Elas são um grande exemplo de uma maneira de se fazer capitalismo distributivo. Não é socialismo ou capitalismo, aqui falamos da pessoa, da intenção da repartição do lucro e da riqueza de uma forma meritocrática e clara. Não falamos de empresas que distribuem tudo de igual para todos. Falamos de empresas que não procuram o lucro pelo lucro simplesmente, mas de um equilíbrio da procura do lucro com a procura do benefício social, individual e do meio-ambiente. Quando falo social, entenda-se social e ambiental, com respeito ao ambiente e com sustentabilidade. São investimentos que provêm de um capital consciente, e não de um capital depredador, com o interesse único de aumentar o lucro do ponto de vista econômico-financeiro”.

Para ouvir a reportagem na íntegra, clique acima.
A entrevista completa com Marcus Regueira vai ao ar em nosso especial “Em Romaria” nesta quinta-feira, 19 de junho, às 17h, horário de Brasília.
(CM)








All the contents on this site are copyrighted ©.