Card. Filoni, Enviado do Papa, preside a Missa conclusiva da Semana Jubilar dos 500
anos da diocese do Funchal
Ontem, domingo, o cardeal Fernando Filoni, enviado especial do Papa ao Funchal, presidiu
à Missa de encerramento da semana de celebrações dos 500 anos da diocese madeirense,
evocando a sua importância na expansão missionária católica. “Não posso esquecer
que a Diocese do Funchal desempenhou, durante estes cinco séculos, um papel muito
importante no apoio à obra missionária, encontrando-se na rota para as Índias e África,
então consideradas terras distantes, onde era necessário levar o Evangelho”, declarou
o Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, perante milhares de pessoas
reunidas no Estádio dos Barreiros. Vários bispos, representantes das dioceses que
nasceram a partir do Funchal no século XVI, e entidades oficiais marcaram presença
na celebração de encerramento da Semana Jubilar, antecedida por uma coreografia sobre
a história da Igreja Católica na Madeira, interpretada por cerca de mil crianças e
jovens. D. Fernando Filoni agradeceu às comunidades do arquipélago por terem “ajudado
e apoiado milhares de missionários que passaram nestes ilhas antes do grande salto,
com os navios da época, para a América, África e Ásia”. “O Funchal desempenhou,
naqueles tempos heróicos das missões, a importante tarefa, como escreveu o Papa Leão
X na sua Bula de instituição da Diocese, de 12 de Junho de 1514, ‘Pro excellenti praeminentia’
(isto é: pela extraordinária importância) em apoio à ação missionária da Igreja para
as novas Terras que eram então abertas ao conhecimento e ao comércio”, acrescentou. O
responsável da Cúria Romana afirmou que “não há nada mais significativo na vida de
um cristão e de uma Igreja do que a sua própria vocação missionária”, apelando a um
“testemunho coerente numa sociedade multicultural em crise de valores morais e espirituais,
em particular esta, caracterizada pelo fenómeno do turismo e pelas migrações”. “O
amor eclesial deve sair de si mesmo e doar-se aos outros. Em primeiro lugar, àqueles
que não conhecem o amor de Deus, ou dele se encontram afastados, ou não se sentem
humanamente dignos de serem amados, porque se sentem pecadores”, destacou o cardeal
Filoni, antes de proferir uma oração aos padroeiros da diocese, Nossa Senhora do Monte
e São Tiago. “Olhai para esta Diocese que é vossa; velai pelos nossos emigrantes
e quantos nos acompanham através da televisão, da rádio e da internet; abençoai e
protegei todas as famílias, na sua união e fidelidade; abençoai e protegei as crianças
e os jovens, os idosos, os doentes, os pobres, os desempregados, todos os que perderam
a coragem de sonhar e de acreditar em Deus e nos homens. Que não lhes falte a saúde,
a paz e a concórdia, o trabalho, o ânimo e a alegria da fé e da esperança para a vida
de cada dia”. Por sua vez, na sua saudação, o bispo do Funchal, D. António Carrilho,
sublinhou os frutos de “cultura, cidadania e solidariedade” que o Cristianismo deixou
na Madeira, “no anúncio do Evangelho, no amor solidário aos mais pobres e aos doentes,
no desenvolvimento cultural e no campo educativo”.