2014-06-15 12:09:34

República Centro-africana: o empenho da Igreja no diálogo inter-religioso


“A fuga dos muçulmanos da República Centro-africana é um problema grave. Os cristãos devem ajudá-los e demonstrar com o seu comportamento que não há nenhum ódio em relação a eles. É preciso agir depressa se não queremos que a coabitação entre nós seja apenas um desejo”. Esta, em síntese, a mensagem do arcebispo de Bangui, D. Dieudonné Nzapalainga, numa declaração feita ao quotidiano católico francês “La Croix” e retomada pelo jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, durante uma visita aos 600 refugiados muçulmanos concentrado em Yaloké, a 100 km de Bangui.

D. Nzapalainga conduziu ele próprio um veículo que faz parte do comboio de ajudas humanitárias organizado pela Igreja católica a favor dos refugiados em Yaloké. Juntamente com o arcebispo – refere o jornal do Vaticano – estava uma delegação de chefes religiosos, encabeçada pelo Imã de Bangui, Oumar Kobine Layama. Um outro veículo era conduzido pela irmã Julietta, uma religiosa originária da Coreia do Sul, membro da Congregação de Saint-Paul de Chartres, responsável do centro sanitário “Nossa Senhora de Fátima de Bangui”, juntamente com duas enfermeiras.

Chegados ao campo de Yaloké, D. Nzapalainga disse aos refugiados: “estou aqui com o Imã que acolhi em minha casa por cinco meses. Não é suficiente dizer “é necessário viver juntos”, ocorre traduzir estas palavras em actos concretos”.

A situação no campo é precária, mas o arcebispo de Bangui prometeu voltar não abandoná-los, dizendo que voltará a visitá-los.

Entretanto, está a tornar-se cada vez mais difícil para as organizações humanitárias continuar a prestar ajuda aos necessitados devido às precárias condições de segurança. Nos dias passados os voluntários de “Médicos sem Fronteiras” disseram através dum comunicado estar chocados devido a agressões de que membros dessa organização foram vítimas na sequência de ataques à cidade de Ndélé, onde Médicos sem Fronteiras estão activos desde 2010.

A Organização MsF diz-se disposta a ajudar a população à condição de ter um mínimo de condições de segurança que as partes em conflito devem garantir.

De referir que uma parte da equipa de MsF foi evacuada de Ndelé, e a organização está a avaliar a situação e a negociar com as autoridades locais a possibilidade de continuar as próprias actividades naquela zona.








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