Situação muito crítica no Iraque, onde os jihadistas sunitas do chamado Estado Islâmico
no Iraque e no Levante continuam a avançar em direcção a Bagdad, depois de terem tomado
terça-feira, quase sem combater, a província de Ninive, incluindo Mossul, a segunda
cidade do Iraque e parte doutras províncias próximas: Kirkuk e Saladino – refere a
Angop.
Entretanto, o Exercito iraquiano bombardeou os postos jihadistas em
Saadiyah e Jalawla, duas aldeias da Província de Diyala conquistadas ontem pelos jihadistas.
Essa zona é considerada estratégica porque abre caminho para a avançada em direcção
a Bagdad. Os militares iraquianos – refere hoje a agência italiana de notícias ANSA
– teriam abandonado os próprios lugares nas duas aldeias, enquanto que os Peshmerga
curdos, reforçam as suas fileiras.
Os Pesgmerga são milícias da região autónoma
do Curdistão iraquiano que, segundo algumas fontes de informação – terão alargado
o seu controle sobre toda a cidade de Kirkuk, para se defenderem de uma provável chegada
dos jihadistas, intencionados a criar um Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Ontem
os Persmerga terão morto 29 jihadistas provenientes da Síria para ajudar na criação
do referidos Estado Islâmico. É a primeira vez que as forças armadas curdas controlam
a cidade petrolífera de Kirkuk, 240 km a Norte de Bagdad e contendida por árabes,
curdos e turcomanos.
De salientar que os Estados Unidos, preocupados com a
situação no Iraque já se comprometeram a trabalhar com o Governo iraquiano e com líderes
do país para unir esforços contra a avançada dos jihadistas. Descartam, contudo, o
envio de soldados, informou Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.
Os
Estados Unidos ordenaram a evacuação do pessoal da base aérea de Balad, devido à falta
de segurança nessa área. Permanece, pelo contrario, em serviço, o pessoal da Embaixada
e Consulados dos Estados Unidos em Bagdad.
Também o Governo de Ankara convidou
os seus compatriotas a abandonarem o Iraque por vias seguras devido à ofensiva dos
jihadistas. Recorde-se que 80 turcos, incluindo o cônsul de Musul, foram raptados
e estão ainda nas mãos dos jihadistas.
Por seu lado o mufti iraquiano Rafi
al-Rifai, a mais alta autoridade sunita no Iraque, considera que é errado considerar
“terroristas” os jiadistas do pretendente “Estado islâmico do Iraque e do Levante”,
pois que se trata, a seu ver, de “rebeldes livres” que lutam por libertar o país do
Exército de Nuri al-Maliki (chiita), o Primeiro Ministro do Iraque, por eles acusado
de ter excluído os sunitas da vida politica iraquiana. Rafi al-Rifai acusa o Exercito
iraquiano de falta de respeito pelas mesquitas sunitas e lugares santos dos cristãos.
Por
outro lado o Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, o Cardeal Sandri,
acompanha com preocupação o agravar-se da situação no Iraque que já era de per si
muito delicada.
De acrescentar ainda que Al Maliki não conseguiu fazer passar
no Parlamento o Estado de Emergencia.