Palermo
(RV) – Com condições meteorológicas favoráveis e mar calmo, prosseguem as travessias
de imigrantes africanos no Mar Mediterrâneo, em busca de sorte na Itália. A Marinha
Italiana tem resgatado diariamente centenas de homens, mulheres e crianças de barcos
superlotados ao sul da Sicília. É uma emergência sem fim.
Navios da guarda
costeira que monitoram as águas ao largo das costas da Líbia e da Tunísia auxiliaram
dezenas de 17 barcos diferentes ao longo da última semana, e os trabalhos de resgate
continuam.
Um navio, o San Giorgio, resgatou 998 imigrantes, incluindo 214
mulheres e 157 crianças de cinco embarcações diferentes, disse a Marinha em um comunicado.
Embora
as autoridades não tenham dado detalhes sobre as nacionalidades dos imigrantes, muitos
são sírios em fuga da guerra civil e eritreus tentando escapar do recrutamento militar.
A
Itália organizou a maior missão de busca e salvamento da Europa - chamada de Mare
Nostrum ou "Nosso Mar" - quase oito meses depois que 366 imigrantes que fugiam de
países africanos se afogaram quando um barco virou próximo à Sicília.
A missão
de patrulhar as águas entre a Itália e a África para evitar novas tragédias inclui
um avião de controle remoto (drone), vários helicópteros e aeronaves, dezenas de embarcações
da guarda costeira e cinco navios da Marinha.
O número de imigrantes chegando
de barco à Itália neste ano já superou mais de 40.000 durante todo o ano de 2013.
O ritmo de chegadas está a caminho de ultrapassar o recorde de 62.000, em 2011, durante
as revoltas da Primavera Árabe.
A respeito das operações de socorro da Marinha
Militar, o jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, denuncia em sua edição desta
terça, 10, a situação excepcional desta estação: “Outros 250 imigrantes chegaram a
Porto Empedocle; e 211 a Pozzallo a bordo de um cargueiro. Nas primeiras horas da
madrugada, 1300 a Taranto e 530 a Palermo. E como quase sempre acontece, a busca da
esperança se acompanhou de uma tragédia: três pessoas morreram afogadas quando o bote
de salvamento da Marinha virou e os migrantes, embora com colete salva-vidas, ficaram
retidos sob a embarcação. (CM)