Cidade do Vaticano (RV) – “Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que
para fazer a guerra. É preciso coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim
ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito
dos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo
isto, é preciso coragem, grande força de ânimo.”
Essas palavras do Papa Francisco
constituíram um dos momentos mais marcantes do encontro de oração pela paz nos Jardins
Vaticanos, este domingo, com a presença dos Presidentes de Israel e Palestina, Shimon
Peres e Abu Mazen, e do Patriarca Bartolomeu I.
O conceito que o Papa Francisco
tem da paz está formulado de maneira mais articulada em sua Exortação Apostólica Evangelii
Gaudium.
Nesse documento, o Pontífice dedica amplos parágrafos para afirmar
que “a paz funda-se não só no respeito pelos direitos do homem, mas também no respeito
pelo direito dos povos. Lamentavelmente, até os direitos humanos podem ser usados
como justificação para uma defesa exacerbada dos direitos individuais ou dos direitos
dos povos mais ricos. O planeta é de toda a humanidade e para toda a humanidade, e
que o simples facto de ter nascido num lugar com menores recursos ou menor desenvolvimento
não justifica que algumas pessoas vivam menos dignamente.
Para falarmos adequadamente
dos nossos direitos, é preciso alongar mais o olhar e abrir os ouvidos ao clamor dos
outros povos ou de outras regiões do próprio país. Enfim, uma paz que não surja como
fruto do desenvolvimento integral de todos, não terá futuro e será sempre semente
de novos conflitos e variadas formas de violência.
Esses mesmos conceitos foram
expressos de maneira concisa nos Jardins Vaticanos – e a mensagem repercutiu na Terra
Santa, como nos fala o Padre Antonio Xavier, que mora em Belém, na Palestina.