Em véspera de Copa do Mundo, Disque 100 e aplicativo ‘Proteja Brasil’ são usados para
denunciar abuso contra menores
São Paulo(RV) – Já dizia Papa Francisco que “com as crianças não se brinca! Nos dias
de hoje, é importante levar adiante os projetos contra o trabalho escravo, contra
o recrutamento das crianças-soldados e contra todo tipo de violência sobre os menores”.
Esse fragmento fez parte de um discurso do Santo Padre no início de abril deste ano,
à delegação do Escritório Internacional Católico da Infância. E é mais que pertinente
em virtude do Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão, criado pela ONU e lembrado
nesta quarta-feira (4).
A data não é de conceito comemorativo, mas serve para
refletir sobre a violência contra os pequenos que desperta interesse e indignação
de toda uma sociedade, que busca entender as razões de tal abuso. Zelar pelas crianças
não acaba sendo uma tarefa exclusiva dos pais, mas de uma comunidade inteira que as
recebem para dar qualidade de vida em sociedade.
No Brasil, uma pesquisa divulgada
no mês passado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que dois a
cada 10 adolescentes no país já foram vítimas de algum tipo de agressão durante a
vida. O estudo indica ainda que mais de 20% da população brasileira sofreu algum tipo
de abuso quando criança, sendo principalmente cometido por algum parente, amigo próximo
da família ou desconhecido.
A prevenção, segundo especialistas no assunto,
passa por investimentos nas escolas e unidades de saúde, para que tenham condições
de identificar os menores que estão sendo vítimas de violência. Além disso, é preciso
ampliar o acesso à informação e denunciar os casos. No Brasil, o melhor canal para
denunciar é o Disque 100. No ano passado, mais de 124 mil denúncias foram recebidas,
o que significa cerca de 14 casos de violência registrados por hora.
Em véspera
de Copa do Mundo, o governo federal e a Unicef lançaram um aplicativo de celular chamado
“Proteja Brasil”. A iniciativa faz parte do Programa de Proteção de Crianças e Adolescentes
para o Mundial, no sentido de auxiliar a denúncia de abusos contra menores. A partir
da localização geográfica do aparelho, o aplicativo sugere telefones e endereços de
delegacias, conselhos tutelares e organizações assistenciais das principais cidades
brasileiras.
A violência está por toda parte e é importante identificar e denunciar
qualquer tipo de abuso contra crianças e adolescentes. Desde violência psicológica,
física e sexual até discriminação, tortura, trabalho infantil, tráfico, negligência
e abandono. (AC)