Combate ao Fumo: aumento de impostos sobre o tabaco pode salvar vidas e diminuir gastos
com a saúde pública
São Paulo (RV) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) pede à comunidade internacional
um aumento nos impostos sobre o tabaco. O objetivo, em véspera do Dia Mundial de Combate
ao Fumo deste sábado (31), é desencorajar o fumo entre usuários e prevenir o vício
entre outras pessoas.
Um aumento de 50% nas taxas, segundo a agência da ONU,
reduziria o número de fumantes em 49 milhões nos próximos 3 anos, chegando a ser três
vezes mais eficaz entre os jovens que entre os adultos. A medida salvaria em torno
de 11 milhões de vidas. A OMS calcula ainda, que um aumento de 10% no preço do cigarro
poderia representar uma redução no consumo de 4% nos países desenvolvidos, e de 5%
nos subdesenvolvidos.
O consumo de tabaco é a principal causa de morte que
pode ser evitada. Os dados alarmantes do Departamento de Prevenção de Doenças Não
Transmissíveis da OMS indicam que uma pessoa a cada 6 segundos morre por doenças relacionadas
ao fumo. O diretor Douglas Bettcher alerta que “são 6 milhões de mortes por ano e,
se continuarmos sem fazer nada, isso poderia levar a uma taxa inédita e terrível de
1 bilhão de mortes só neste século”. Entre as vítimas, mais de 600 são fumantes passivas
que morrem por respirar a fumaça.
Para evitar os malefícios do cigarro é preciso
parar de fumar. Estudos atestam que, com a interrupção, o risco de ataque de coração
se reduziria pela metade depois de um ano e, depois de dez, o risco de câncer diminuiria
na mesma proporção.
Em relação aos cigarros eletrônicos, que utilizam cartuchos
movidos a bateria para produzir um vapor inalável com nicotina, a agência da ONU está
atualmente avaliando uma posição sobre o assunto. Em uma carta aberta à diretora-geral
da OMS, Margaret Chan, um grupo de 53 cientistas da Europa, América do Norte, Ásia
e Austrália argumentaram que produtos de baixo risco, como os e-cigarros, são "parte
da solução" na luta contra o tabagismo, e não parte do problema. (AC)