"Chega de indiferença": diz Francisco sobre a Síria
Cidade do Vaticano
(RV) – O Papa Francisco enviou uma Mensagem aos participantes no encontro, com
os agentes da caridade para a Síria, promovido pelo Pontifício Conselho “Cor Unum”.
O
Santo Padre agradeceu pela contribuição que os organismos católicos da caridade estão
dando à Síria e aos países vizinhos, para ajudar as populações atingidas por aquele
terrível conflito; agradece também a todos aqueles participantes que vieram do Oriente
Médio, de onde ele acaba de voltar, ao visitar a Terra Santa.
Há um ano, recordou
o Bispo de Roma, os agentes da caridade se reuniram para redobrar os esforços da Igreja
nesta crise e para relançar seu apelo de paz pela Síria. E, hoje, voltam a renovar
seu desejo de prosseguir nesta linha, com formas de colaboração mais estritas.
No
entanto, o Pontífice frisa que, infelizmente, a crise síria ainda continua insolúvel.
Aliás, corre-se o risco de se acostumar com esta dolorosa situação, que causa indizíveis
sofrimentos, milhares de refugiados, entre os quais crianças e idosos, que até morrem
de fome e de doenças causadas pelo conflito. Tudo isso nos leva a correr o risco de
cair na “globalização da indiferença”.
A ação de paz e a obra de assistência
humanitária, que os organismos caritativos católicos desempenham no contexto sírio,
afirmou o Papa, são expressão fiel do amor de Deus para com seus filhos, que se encontram
na opressão e na angústia. Deus ouve o seu grito, conhece seus sofrimentos e quer
libertá-los.
Neste sentido, o Santo Padre exorta os agentes da caridade a atuarem
em comunhão com seus pastores e as comunidades locais. Este encontro em Roma, disse,
é uma ocasião propícia para individuar oportunas formas de colaboração estável e diálogo,
com a finalidade de canalizar sempre mais seus esforços para sustentar as Igrejas
locais e todas as vítimas da guerra, sem distinção étnica, religiosa ou social.
O
Bispo de Roma concluiu sua Mensagem renovando, mais uma vez, seu apelo às consciências
dos protagonistas do conflito sírio, das instituições mundiais e da opinião pública.
Sabemos que o futuro da humanidade se constrói com a paz e não com a guerra. A guerra
só destrói, mata e empobrece povos e nações.
Por isso, o Papa Francisco pede
a todas as partes que, em prol do bem comum, permitam imediatamente a obra de assistência
humanitária e façam calar as armas, mediante negociações, colocando, em primeiro lugar,
o bem da Síria e de todos os seus habitantes, sem se esquecer daqueles que, infelizmente,
foram obrigados a se refugiar em outros países. (MT)