Rumo à cultura do encontro: mensagem da CNBB por ocasião do Dia Nacional dos Ciganos
Brasília (RV) - A Pastoral dos Nômades do Brasil, vinculada à Comissão para
o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, publicou mensagem por ocasião
do Dia Nacional dos Ciganos, comemorado em 24 de maio.
O texto é assinado
pelo Bispo de Eunápolis (BA) e Presidente da Pastoral dos Nômades, Dom José Edson
Santana Oliveira.
O Bispo recorda que se trata de uma categoria muitas vezes
maltratada pelas estruturas sociais. Quem são e onde vive os Ciganos?, questiona Dom
José, respondendo: “Em sua maioria são nômades dispersos por todo mundo. Pouco conhecidos,
porém com uma atitude existencial profícua. São rejeitados, maltratados pelas estruturas
sociais, tornando-os excluídos. São mais emoção do que razão, são religiosos, vivem
unidos, felizes e livres, com a certeza que são amados por Deus”.
O Presidente
da Pastoral dos Nômades agradece aos agentes engajados em todo o país, que acompanham
de parto aos quase um milhão de ciganos que vivem no Brasil. Dom José conclui lembrando
ainda que os ciganos têm o direito a serem acolhidos como brasileiros que amam a sua
pátria e estarem livres de todo o tipo de preconceito e exclusão. “Esperamos que os
acolham como irmãos, que querem escutar e viver a “cultura do encontro”, como nos
anima tanto o Papa Francisco.”
Leia a íntegra do texto: 24 de maio, Dia
Nacional dos Ciganos
Quem são e onde vive os Ciganos? Em sua maioria são
nômades dispersos por todo mundo. Pouco conhecidos, porém com uma atitude existencial
profícua. São rejeitados, maltratados pelas estruturas sociais, tornando-os excluídos.
São mais emoção do que razão, são religiosos, vivem unidos, felizes e livres, com
a certeza que são amados por Deus. Antes viviam dedicados ao comércio de animais
e materiais de fácil transporte. Depois dos anos 80, dedicaram-se mais ao comércio
de carros, que os levou a estarem mais próximos das cidades. Por isso tiveram uma
maior possibilidade de relacionar-se com a sociedade, as crianças começaram a frequentar
a escola e novos costumes se introduziram nos grupos, sem perder sua cultura própria,
cada um buscando o bem estar de sua família e grupo. Graças aos Santuários os Ciganos
renovam sua identificação com a Igreja Católica. A Pastoral dos Nômades tem se empenhado
heroicamente em poder acolhê-los. Aproveito para agradecer a todos os Agentes de Pastoral
que, voluntariamente, dedicam-se a estar perto desse quase um milhão de irmãos Ciganos
que vivem no Brasil, na luta pelos seus direitos básicos, sempre no espírito de Cristo,
mostrando que mesmo sendo ciganos são cidadãos brasileiros portadores de todos os
direitos como qualquer outro cidadão brasileiro. Neste dia consagrado a Nossa Senhora,
sob o título de Auxiliadora, e dia nacional dos Ciganos, vem o nosso apelo: os Ciganos
tem o direito de receber a Palavra de Deus e os Sacramentos, respeitando sua cultura
e enriquecendo-nos com ela. Tem o direito a serem respeitados como filhos de Deus.
Tem o direito a serem acolhidos como brasileiros que amam a sua pátria e estarem livres
de todo o tipo de preconceito e exclusão. Esperamos que os acolham como irmãos, que
querem escutar e viver a “cultura do encontro”, como nos anima tanto o Papa Francisco. Que
Jesus caminhante abençoe e proteja todos os ciganos de nosso Brasil. Feliz Dia
dos Ciganos!
Dom José Edson Santana Oliveira Bispo de Eunápolis – BA Presidente
da Pastoral dos Nômades do Brasil - CNBB