2014-05-22 13:32:01

Terra Santa: os gestos de Francisco


Roma (RV) - “Esperamos que o Espírito Santo aja para abrir os corações. Na política se age para obter o máximo, mas se nos colocamos em uma visão humanista, podemos crer que tudo nos pertence mesmo se pertence aos outros, podemos então encontrar uma união, não apesar da diversidade, mas graças à diversidade, que é um enriquecimento”: foi o que disse Padre Samir Khalil Samir SJ - diretor do Centro de Documentação e Pesquisa árabe-cristão da Universidade São José de Beirute, Líbano, falando sobre a Viagem Apostólica do Papa que se realizará entre os dias 24 e 26 de maio à Terra Santa. Padre Samir exprime um desejo: “O que nós no Oriente invocamos é uma pequena coisa, mas de grande valor simbólico: a unificação do calendário litúrgico para poder festejar juntos, católicos e ortodoxos. É triste que se festejem duas vezes a Paixão e a Ressurreição de Cristo”.

Já o jornalista italiano Giorgio Bernardelli, conhecedor do Oriente Médio convida a olhar com grande interesse a etapa na Jordânia: “O encontro com os pobres e com os refugiados ali será muito forte e será também a oportunidade para destacar o rosto humano desta viagem”, disse à Rádio Vaticano. “Frequentemente, em circunstâncias como essa, se tende a colocar sempre em primeiro plano a dimensão política, sobretudo no Oriente Médio, onde cada palavra, cada gesto é puxado para um lado ou para outro. Ao invés, a força desta viagem está na capacidade de Francisco de conseguir levar o rosto humano nas tragédias que se vivem. O Papa tocará certamente as cordas mais profundas dos corações para superar as barreiras. Este é o desafio mais difícil, dar novamente esperança. Não vimos derramamento de sangue nos últimos anos e por isso não percebemos a dramaticidade das tensões nesta região, mas essas tensões existem”.

Voltando às relações entre cristianismo e islamismo, Adnane Mokrani teólogo muçulmano, docente de Diálogo Islamico-Cristão no Pontifício Instituto de Estudos Árabes e de Islamística, sublinha que “os cristãos estão diminuindo muito na Terra Santa. Vejo então na visita do Papa um encorajamento a permanecer. A presença deles, de fato, é uma resistência cultural. Os próprios muçulmanos têm necessidade da sua presença, porque uma sociedade palestina plural, onde muçulmanos e cristãos vivem juntos, faz parte da identidade mesma palestina. Perder um componente desta identidade seria uma perda grave para os muçulmanos”. E acrescenta: “espero também que a visita do Papa seja uma ocasião para pensar naqueles que estão sofrendo. Será um ato de solidariedade e um sinal de paz”. (SP)








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