Papa Francisco: “dialogar com os outros não significa relativizar a fé”
O diálogo inter-religioso não implica "relativizar a fé cristã", diz o Papa Francisco
numa mensagem enviada ao Cardeal Jean-Louis Tauran, por ocasião dos 50 anos do Pontifício
Conselho para o Diálogo Inter-religioso. O Papa sublinha, portanto, que a Igreja estará
cada vez mais empenhada no diálogo com todos os que pertencem a diferentes tradições
religiosas. O Papa recorda antes de tudo que o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso
nasceu durante o Concílio Vaticano II, por vontade de Paulo VI. Nessa ocasião, "caracterizada
por uma grande abertura", a Igreja – observa o Papa - "sentia-se animada por um sincero
desejo de encontro e de diálogo com toda a humanidade". Aliás, continua o Papa, "o
diálogo só é possível a partir da própria identidade". Como foi mostrado por São João
Paulo II, reitera o Papa Francisco, “diálogo e anúncio não se excluem mutuamente,
mas têm uma íntima ligação, embora se tenha que manter distintos e não devem ser nem
confusos nem instrumentalizados ou considerados equivalentes ou intercambiáveis". Como
Cristo a caminho de Emaús, continua o Papa, "a Igreja deseja fazer-se próxima e companheira
de viagem de cada homem". Uma "tal disponibilidade de caminhar juntos - acrescenta
- é tanto mais necessária no nosso tempo, marcado por interacções profundas e nunca
antes conhecidas entre povos e culturas diferentes". Neste contexto, garante o Papa,
"a Igreja estará sempre mais empenhada a percorrer o caminho do diálogo e a intensificar
a cooperação, já frutuosa, com todos aqueles que pertencem a diferentes tradições
religiosas e partilham a vontade de construir relações de amizade e tomam parte nas
numerosas iniciativas de diálogo". Por fim, o Pontífice agradece ao Dicastério
para o Diálogo Inter-religioso pelo trabalho realizado nestes 50 anos e espera que
continue "com renovado entusiasmo a sua missão, que vai beneficiar também a própria
causa da paz e do autêntico progresso dos povos".