Porto Príncipe (RV) – A raiz mais importante do Brasil e cultivada em mais
de 100 países, vai ser usada para combater a crise alimentar no Haiti. Um centro de
processamento da mandioca foi inaugurado na Universidade Notre Dame e deve explorar
o forte potencial agrícola do território, numa contribuição prática para melhorar
as condições de vida de quem sofre com a insegurança alimentar naquele país.
O
espaço da Faculdade de Agronomia conta com laboratórios, equipamentos, escritórios
e vai oferecer programas de assistência técnica para os agricultores locais da cidade
de Torbeck. A ideia faz parte do programa Aquaplus para transformar a mandioca e produzir
biscoitos e farinha, numa alternativa criativa de ocupação territorial e segurança
alimentar. Mais de 600 mil pessoas sofrem com a pobreza no Haiti.
Além do fortalecimento
da cadeia produtiva da mandioca, a faculdade também lançou um projeto de pesquisa
financiado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM). O objetivo é identificar um novo
integrador alimentar, derivado da farinha e dos legumes locais, que possa alimentar
as crianças. Os produtos devem seguir a linha dos padrões internacionais para a segurança
alimentar.
A mandioca teria sua origem no oeste do Brasil, mas, antes da chegada
dos europeus à América, já teria sido disseminada até a Guatemala e o México como
cultivo alimentar. Além de ser considerada uma cultura altamente versátil para ser
cultivada por pequenos agricultores, dependendo a região brasileira, por exemplo,
a mandioca ainda troca de nome: pode ser encontrada como aipim, macaxeira ou ‘pão
da terra’, como batizou o padre José de Anchieta. Hoje, espalhada por diversas partes
do mundo, tem a Nigéria como maior produtor. (AC)