Cidade
do Vaticano (RV) – O Papa Francisco recebeu na manhã de segunda-feira, 19, um
numeroso grupo de bispos mexicanos. Os mais de 100 bispos eram liderados pelo Presidente
da Conferência Episcopal, o Cardeal-arcebispo de Guadalajara, Dom José Francisco Robles.
No México há 99 milhões de católicos e o clero no país conta 16.234 presbíteros,
5.641 religiosos e 28.288 religiosas. O Primaz é o Cardeal-arcebispo de Cidade do
México, Norberto Rivera Carrera, e o Núncio Apostólico é Dom Christophe Pierre.
O
Papa entregou ao grupo um discurso em que demonstra conhecer bem a realidade do país
e sua história. No que diz respeito à atualidade, Francisco encorajou os bispos a
promover o espírito de concórdia entre os jovens por meio da cultura do encontro,
do diálogo e da paz. “Por um lado”, disse, “aos pastores não cabe aportar
soluções técnicas ou adotar medidas políticas; mas por outro, a fidelidade a Jesus
só pode ser vivida com solidariedade comprometida e próxima do povo”.
O
Papa listou uma série de problemas sérios que a sociedade enfrenta: a pobreza, o desemprego,
a carência de serviços de base, os migrantes, os camponeses... Disse saber da preocupação
da Igreja com as vítimas do narcotráfico e com grupos sociais mais vulneráveis e do
engajamento na defesa dos direitos humanos e do desenvolvimento integral da pessoa.
Neste sentido, ressaltou o inestimável contributo da fé em meio à ‘cidade dos
homens’, principalmente por parte dos fiéis leigos, cuja tarefa é insubstituível.
“A vocação dos leigos é especificamente a de transformar o mundo segundo Cristo:
com a força da Palavra de Deus, dos sacramentos e da oração, viver a fé no coração
da família, da escola, da empresa, do movimento popular, do sindicato, do partido
e até do governo, dando testemunho da alegria do Evangelho”.
A seguir,
no texto, o Papa destaca o potencial da piedade popular e da família, como meio privilegiado
para que “o tesouro da fé passe de pais a filhos”. Ressaltou ainda a importância
das paróquias, “âmbito eclesial que assegura o anúncio do Evangelho, a caridade
generosa e a celebração litúrgica".
Nesta tarefa, completou o Pontífice,
os sacerdotes são os primeiros e mais preciosos colaboradores para levar Deus aos
homens e os homens a Deus. “Não se esqueçam do encontro pessoal com cada um deles,
de se interessar por sua situação, encorajar os trabalhos pastorais, amparar e acompanhar
seu caminho e propor Jesus Cristo como sacerdote que nos convida a despojar-nos dos
adornos da mundanidade, do dinheiro e do poder”.
Na última parte, Francisco
abordou a questão das jovens vocações, pedindo atenção especial à sua promoção, seleção
e formação. Encerrando, lembrou o 7º aniversário das indicações da Conferência de
Aparecida, frisando a importância da Missão Continental permanente. E pediu aos bispos
que recomendem a seus fiéis que rezem por ele e que Nossa Senhora de Guadalupe, estrela
da nova evangelização, os guie e oriente. (CM)