Cidade do Vaticano (RV) – Antes de se despedir neste domingo dos fiéis reunidos
na Praça São Pedro para o Regina Coeli, o Papa Francisco recordou que ontem, sábado
em Iasi, na Romênia, foi beatificado Bispo Anton Durcovici, mártir da fé. Pastor zeloso
e corajoso, foi perseguido pelo regime comunista da Romênia e morreu na prisão em
1951 de fome e sede. Junto com os fiéis de Iasi e de toda a Romênia demos graças
a Deus, disse o Papa.
O Cardeal Angelo Amato, Prefeito da Congregação das Causas
dos Santos, foi o Representante do Papa Francisco, na celebração Eucarística de Beatificação
de Anton Durcovic.
Durcovic nasceu em Altenburg, Áustria, em 17 de maio de
1888, e morreu em 10 de dezembro de 1951, no cárcere de Sighet. Anton passou por dois
anos de incríveis sofrimentos, em um lager da Moldávia, durante a primeira Guerra
mundial, por ser natural da Áustria.
No cristão não pode haver espaço para
a vingança nem para o ódio aos inimigos, mas só o perdão. Esta é a mensagem que brota
da vida do Bispo romeno Anton Durcovici, recordou o Cardeal Ângelo Amato presidindo
ao rito de beatificação. O Pontífice – frisou o purpurado – na sua carta apostólica
define o novo beato “pastor zeloso, apóstolo da adoração eucarística e testemunha
heróica da comunhão com a sé de Pedro”.
Com a beatificação do bispo Anton Durcovici
“acendeu-se outra estrela no firmamento dos mártires de Cristo”. A Igreja Católica,
disse o purpurado, “desde o início, foi uma igreja de mártires. O martírio constitui
o selo supremo do amor e da fidelidade dos batizados a Cristo e à sua palavra de verdade
e de vida”.
Durante a barbárie desumana na qual a Europa precipitou no século
passado, a Igreja “sofreu ferozes perseguições em todo o continente, de Norte a Sul,
de Leste a Oeste”. “Infelizmente, foram, sobretudo cruéis os regimes totalitários,
com as suas monstruosas ideologias de ódio, opressão e morte”, a ponto que a Europa
“se tornou um fosso infernal para milhões de pessoas, que perderam os seus entes queridos,
os seus bens, a sua dignidade e muitas vezes a sua vida”. Também a Igreja católica
romena foi perseguida e “os seus filhos contrastaram a força brutal do tirano unicamente
com as armas da sua inocência e da sua firmeza na fé”.
Com efeito, “inermes
suportaram todas as espécies de tormentos, vencendo o monstro do mal com o perdão
e retribuindo o ódio com o amor”. É esta, acrescentou o purpurado, “a auréola maravilhosa
do nosso beato, que se junta aos outros numerosos bispos, sacerdotes e leigos romenos
que a Igreja já elevou às honras dos altares”. Dom Durcovici, disse, subiu como Jesus
ao Calvário “para aí ser crucificado e depois acolhido pelo Ressuscitado na alegria
eterna da Jerusalém celeste”. (SP)