2014-05-16 15:23:35

Paquistão: libertadas 5 familias cristãs escravizadas


Lahore (RV) – Cinco famílias cristãs sequestradas e escravizadas pelos seus patrões muçulmanos, proprietários de fábricas de tijolos, foram libertadas após a intervenção da polícia. Como comunicado à agência Fides pela ONG Claas (Centre for Legal Aid Assistence and Settlement), que dá assistência legal gratuita aos cristãos paquistaneses, o pedido apresentado ao Supremo Tribunal de Lahore pelas cinco famílias obteve resposta positiva.

As famílias tinham sido confinadas pelos proprietários de dois fornos para fabricar tijolos, nos vilarejos de Ahmed Nagar e Dera, no Punjab. Um oficial judiciário se dirigiu à estação de polícia local, mas os agentes tomaram tempo e pareciam quer adiar a intervenção, até quando, após muita insitência agiu e os cristãos foram liberados.

Depois da libertação, uma das famílias contou o seu sofrimento: eram vítímas de trabalho forçado e tratados como escravos há mais de 25 anos. Uma das mulheres, Safia Bibi, começou a trabalhar no forno junto com seu marido, Anwar Masih, logo após o matrimônio. Tem nove filhos, todos nascidos na fábrica e, quando os filhos cresceram, também eles iniciaram a trabalhar no mesmo lugar. Viviam em um modesto alojamento, dentro da fábrica, sem serviços higiênicos. Frequentemente não recebiam salário e, se procuravam deixar o trabalho, eram surrados e torturados e deixados dias sem comer.

Em 2013 o marido de Safio morreu por causa de doença e fraqueza sem que fosse nem mesmo chamado um médico. O seus filhos não puderam participar do seu funeral porque obrigados a trabalhar. Não eram autorizados nem mesmo a participar de encontros de oração na igreja ou festejar o Natal e outras festas cristãs.

Nasir Saeed, Diretor de Class, declara na nota enviada a Fides: “É triste constatar que também no século XXI a escravidão continue a existir no Paquistão. Os proprietários de fábricas de tijolos são muitas vezes ricos e influentes e dificilmente são incriminados. Os operários, muitas vezes cristãos, trabalham em condições de escravidão uma geração para pagar as dívidas contraídas com os patrões, que duram gerações. Às vezes são vendidos de um fábrica para outra. O governo está ciente desta situação, mas nunca tomou sérias providências”, destaca o comunicado. (SP)







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