Pe. Lombardi fala ao 'Corriere della Sera' sobre a redução nas emissões da Rádio Vaticano
Cidade do Vaticano (RV) – O Diretor Geral da Rádio Vaticano, Pe. Federico Lombardi
concedeu uma entrevista ao jornal italiano ‘Corriere della Sera’, sobre a remoção
de antenas do centro transmissor da emissora Pontifícia, que foi alvo de polêmicas
no passado recente. Eis a entrevista na íntegra:
CS: O senhor confirma
a remoção de quatro antenas de Onda Média da Estação de Cesano, de Roma?
Pe.
Lombardi: “É verdade que nos dias passados no Centro de Transmissões da Rádio
Vaticano em ‘Santa Maria em Galeria’ teve lugar uma operação de desmantelamento. Tratou-se,
a bem da verdade, de ‘4 antenas’, mas de um único sistema de transmissões de Onda
Média apoiado em uma estrutura de pouco mais de 90 metros. Este sistema havia sido
construído e foi utilizado para transmissões em Onda Média de considerável potência
difusa na área européia”.
CS: Estavam ativas ou já apagadas há algum
tempo?
Pe. Lombardi: “Dada a natureza de difusão de Ondas Média,
uma parte da qual se propaga paralelamente ao terreno, algumas das transmissões realizadas
com este sistema de antena provocavam emissões que – mesmo sendo compatíveis com as
normas européias – não eram sempre compatíveis com os ulteriores limites previstos
na normativa italiana de 1998, e que, portanto, foram objeto de conhecidas discussões.
Por isto, com base no acordo entre a Comissão bilateral Itália - Santa Sé sobre este
problema, a partir de agosto de 2001, as transmissões até então realizadas com tal
sistema foram suspensas e aquelas mais importantes foram emitidas através de um centro
no exterior, Montecarlo Radiodiffusion. A atividade das assim chamadas “Quatro torres”
foram, portanto, drasticamente reduzidas desde agosto de 2001 e o seu uso permaneceu
muito limitado e absolutamente inferior à finalidade para o qual o sistema foi construído.
Se era então previsto há muito tempo o desmanche e agora, por fim, se conseguiu programá-lo
e executá-lo”.
CS: A remoção destas antenas representa também o
fato de que as transmissões da Rádio Vaticano estejam se transferindo efetivamente
via internet?
Pe. Lombardi: “Por si só, como expliquei, este último
fato remonta a uma situação precedente. Ao contrário, o desenvolvimento do uso de
satélites e da web e a conseqüente retransmissão dos programas da Rádio Vaticano por
parte de um número crescente de rádios locais no mundo, permitiu uma importante redução
– há cerca de dois anos, em 1º de julho de 2012 – das transmissões da Rádio Vaticano
em Ondas Curtas do mesmo Centro de ‘Santa Maria di Galeria’. Esta redução foi praticamente
de 50%,, no sentido de que não se transmite mais em Ondas Curtas para a Europa e as
Américas, enquanto se continua a fazê-lo para a África, Ásia e Oriente Médio. Isto
porque em tais continentes existem vastas áreas onde não existem rádios locais que
possa retransmitir os nossos programas ou onde o acesso à internet é ainda limitado.
As Ondas Curtas são transmitidas por antenas diferentes daquelas que foram desmanteladas
e estão ainda funcionando, mesmo que de forma reduzida, desde 2012”.
CS:
Há algum tempo, se falava justamente no ‘Corriere della Sera’ de uma fase de modernização
da rede, com a mudança de algumas transmissões para a web. Em que ponto estamos nesta
‘revolução’?
Pe. Lombardi: “Para sermos exatos, nós nunca “transferimos”
nossas transmissões para a web. Nós sempre desenvolvemos uma atividade de comunicação
a serviço da Igreja que utilizou as tecnologias disponíveis e adaptadas para atingir
o nosso público. É o público que muda o modo como se colega ao nosso serviço e nós
seguimos isto. Para os africanos que ainda tem necessidade das Ondas Curtas ainda
transmitimos. Para os americanos e europeus e outros povos que se dirigem sempre mais
à Rede, desenvolvemos o serviço na internet e agora na ‘social media’. Quando a necessidade
de transmissões em Ondas Curtas será reduzida também nas áreas mais pobres e que hoje
continuam a servir, não teremos motivos para continuá-la. É um desenvolvimento gradual.
Uma redução nas transmissões com o passar do tempo poder ser considerado como algo
natural”. (JE)