2014-05-15 20:33:47

O programa da visita do Papa à Terra Santa. "Viagem breve, intensa e em clima sereno", diz Pe. Lombardi


Cidade do Vaticano (RV) – Será repleta de encontros e celebrações a peregrinação do Papa Francisco à Terra Santa, programada para os dias 24, 25 e 26 de maio. O programa da viagem - a ser realizada por ocasião do 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e o Patriarca Atenágoras ocorrido em Jerusalém -, foi apresentado pelo Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi. A peregrinação à Terra Santa será a segunda viagem internacional do Papa Francisco, após a viagem ao Rio de Janeiro, para a JMJRio2013:

“Serão apenas três dias. É uma viagem muito breve e muito intensa, como foram os três dias de viagem de Paulo VI. As etapas fundamentais desta viagem são a Jordânia, Amã, e também Bethany the Jordan, Belém, no do Estado da Palestina e após Jerusalém. Três Estados, três etapas fundamentais, três dias”.

Uma viagem intensa marcada por uma agenda lotada:

“A organização do programa levou em consideração a existência de um domingo, para a celebração da Missa em Belém e o encontro ecumênico com o Patriarca Bartolomeu e com todos os outros representantes cristãos, na parte da tarde. O dia precedente, sendo o shabbat, será dedicado à Jordânia e a segunda-feira, por sua vez, ao Estado de Israel”.

A peregrinação do Papa Francisco será também uma ocasião para recordar o 50º aniversário do encontro entre Paulo VI e Atenágoras, e a viagem do Papa Montini à Terra Santa:

“Como vocês recordam foi também a primeira das viagens internacionais dos Papas, porque no tempo do Concílio houve aquele anúncio extraordinário por parte de Paulo VI de que iria à Terra Santa. E foi nos primeiros dias de janeiro. Os dias de janeiro não eram os mais propícios para realizar uma viagem à Terra Santa. Portanto, foi adiada para maio, um tempo mais adequado. Mas a idéia era justamente a de recordar aquela viagem extraordinária”.

A viagem do Papa à Terra Santa terá um caráter inter-religioso. Dimensão que caracterizará também a delegação papal:

“Justamente inserimos no séquito, mesmo se não partindo de Roma, um rabino e um representante muçulmano. O Papa quis consigo, formalmente, como membro do séquito, o Rabino Skorka e o Sr. Omar Ahmed Abud, Secretário Geral do Instituto de Diálogo Inter-religioso da República da Argentina. São duas pessoas que o Papa conhece bem, desde os tempos da Argentina, com quem cultivou relações de diálogo e de amizade, desde então, e que participa, com eles deste momento assim importante”.

O primeiro dia da peregrinação, sábado, 24 de maio, será dedicado à partida de Roma para Amã e aos encontros na Jordânia:

“A viagem começa na manhã de sábado, com o vôo de Roma à Amã. Na chegada do Papa não haverá nenhuma cerimônia de acolhida no aeroporto. Ele se desloca diretamente do aeroporto ao Palácio Real de Amã para a cerimônia de boas-vindas. Alí acontece primeiro a visita de cortesia ao Rei da Jordânia e após, em um grande salão, o encontro com as autoridades jordanianas no Palácio Real. Por volta das 15 horas está prevista a chegada ao Estádio Internacional de Amã. E alí haverá um giro entre a multidão com um Jeep descoberto e após a celebração da Santa Missa. Na Santa Missa está prevista a Primeira Comunhão de 1.400 crianças. Logo após, o deslocamento à Bethany beyond the Jordan, isto é, o lugar do batismo de Jesus, no lado jordaniano do Rio Jordão. O Papa dirige-se então às margens do Rio Jordão para abençoar a água, como havia feito Paulo VI. Após o Papa vai até a Igreja latina onde encontra refugiados e jovens com deficiência. Após retorna para Amã”.

No dia seguinte, domingo 25 de maio, o Santo Padre vai à Belém:

“Na manhã de domingo a transferência de Amã à Belém, feita em helicóptero. Após está prevista a transferência imediata ao Palácio presidencial de Belém, onde o Presidente Mahmoud Abbas recebe o Santo Padre. Após se dirige para a Praça da Manjedoura de Belém, para a Missa. A Missa que será celebrada é uma celebração com leituras e Liturgia da Natividade. Teremos, então, a homilia do Papa, naturalmente, e então o Regina Coeli no final, pois será domingo. Por volta das 13 horas o Papa se desloca à Casa Nova, que é uma casa anexa ao Convento Franciscano, para os peregrinos. O Papa almoça com algumas famílias da Palestina. Ao final do almoço, o Papa se dirige à Basílica da Natividade. Após a visita à Gruta, o Papa se desloca para o Phoenix Center, no Campo de Refugiados de Dheisheh. Lá o Papa encontrará um grupo de crianças, provenientes de diversos campos para refugiados. Após dirige-se, imediatamente, ao heliporto de Belém, despedindo-se do Estado da Palestina”.

No domingo à tarde, o Papa chegará ao Estado de Israel. Após o encontro com o Patriarca Ecumênico de Constantinopla Bartolomeu, haverá um momento crucial e histórico com a oração ecumênica na Basílica do Santo Sepulcro:

“A chegada no Estado de Israel começa com uma simples cerimônia de boas-vindas no Aeroporto de Tel-Aviv, na tarde de domingo. Então, o deslocamento para Jerusalém. O Papa dirige-se imediatamente à delegação apostólica de Jerusalém. E alí realiza-se o encontro com o Patriarca Ecumênico. Portanto, é outro momento importante da viagem. Lá acontecerá um encontro privado, um encontro historicamente importantíssimo, porque ocorre no mesmo lugar, na mesma sala, em que Paulo VI encontrou-se com Atenágoras, há 50 anos. E terá a assinatura de uma declaração conjunta. Após, os dois se transferem ao Santo Sepulcro para aquele que é considerado um evento fundamental nesta viagem: a celebração ecumênica no Santo Sepulcro. O Papa e o Patriarca chegam – não juntos – mas por caminhos diferentes, à Praça que está diante do Santo Sepulcro, entrando por duas portas diferentes a partir da Praça. Depois são acolhidos na entrada da Basílica do Santo Sepulcro pelos três superiores das comunidades do status quo: a comunidade greco-ortodoxa, a comunidade armena-ortodoxa e a Custódia da Terra Santa. O Papa e o Patriarca veneram a Pedra da Unção, que se encontra próxima à entrada e dirigem-se onde é custodiado o Santo Sepulcro. O Papa e o Patriarca entram no Santo Sepulcro para venerar o Sepulcro vazio, saem do Sepulcro, abençoam os presentes e dirigem-se após ao Calvário, ao Gólgota, acompanhados pelos três chefes das comunidades do status quo. Um momento ecumênico, que entre outras coisas, é a grande novidade ecumênica desta viagem: uma oração em comum em um lugar santo de Jerusalém, no Santo Sepulcro em particular, é algo que nunca aconteceu antes. As comunidades cristãs que podem celebrar e rezar nos lugares santos o fazem – e sempre o fizeram até agora – separadamente, nos tempos propícios e destinados às diversas comunidades. Após esta celebração – verdadeiramente histórica - o Papa e o Patriarca – desta vez juntos, no mesmo automóvel -, seguem para o Patriarcado para o jantar”.

Denso de encontros também o último dia de peregrinação na Terra Santa, segunda-feira 26 de maio:

“Segunda-feira pela manhã o Papa transfere-se imediatamente para a Esplanada das Mesquitas. O Papa entra na Cúpula da Rocha, com o Grão Mufti. Às 9 horas está prevista a transferência ao Muro Ocidental, o chamado Muro das Lamentações. Lá está previsto um momento de oração do Santo Padre. O Papa se aproxima e poderá deixar o seu papel nas fissuras do muro, como é habitual. Do Muro Ocidental, o Papa se transfere ao Monte Herzl para depositar flores. Herzl é o fundador do movimento sionista. É uma comemoração distinta daquela que após fará no Yad Vashem, que ao contrário, é especificamente em memória do Holocausto. Após, a transferência ao Centro Heichal Shlomo, portanto, a sede do Grande Rabinato de Israel para a visita de cortesia aos dois grandes Rabinos de Israel. Às 11h30min, deveremos já nos dirigir ao Palácio presidencial para o encontro com o Presidente Peres. Às 12h45min transferência para a Notre Dame Jerusalém Center. Alí o Papa recebe em audiência privada o Primeiro-Ministro de Israel. Após o almoço, o Papa se transfere para Viri Galileai, que se encontra praticamente sobre o Monte das Oliveiras e é uma pequena Igreja Greco-ortodoxa. Ali o Papa encontra e se despede do Patriarca Bartolomeu. Após o Papa se transfere para a Igreja do Getsêmani, onde encontra, às 16 horas, sacerdotes, religiosos e religiosas e seminaristas. O Papa planta uma pequena oliveira, próxima àquela que foi plantada por Paulo VI há 50 anos. Após tem o último evento importante desta viagem: no Cenáculo tem lugar uma Missa com os Ordinários da Terra Santa e com o séquito papal. De helicóptero dirige-se a Tel Aviv. Em Tel Aviv despede-se do Estado de Israel e parte com destino à Roma, onde deve chegar por volta das 23 horas”.

Não existem motivos para duvidar – concluiu Pe. Lombardi – que a viagem se desenvolverá num clima sereno.

(JE)














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