Card. Tauran e príncipe da Jordânia lançam apelo em favor de maior solidariedade no
mundo
Cidade do Vaticano (RV) - O papel fundamental da família e da escola na formação
das crianças, a importância da educação religiosa; a necessária consideração pela
dignidade da pessoa humana; o respeito pela liberdade; a convicção de que a desumanidade
e a ignorância são as causas dos conflitos, e não a religião.
São alguns dos
pontos do documento comum em favor de uma maior solidariedade no mundo, selado nesta
quarta-feira em Amã, capital da Jordânia, pelo presidente do Pontifício Conselho para
o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran; e pelo fundador do Instituto
real de estudos interconfessionais, o príncipe El Hassan bin Talal.
A declaração
comum tem lugar a pouco mais de uma semana da chegada do Papa Francisco a Amã, marcada
para 24 do corrente, no âmbito de sua visita à Terra Santa.
Os participantes
do encontro sobre o tema da educação expressaram dura condenação a toda forma de violência
e solicitaram a libertação imediata das estudantes seqüestradas na Nigéria.
Entrevistado
pela Rádio Vaticano, o purpurado francês falou sobre sua visita de três dias à Jordânia:
Cardeal
Jean-Louis Tauran:- "Estes três dias foram transcorridos numa atmosfera de excepcional
abertura e de amizade, e isso confirma que o diálogo inter-religioso se inicia sempre
com a amizade, para conhecer-se, para querer-se bem. O tema geral do encontro fez-nos
refletir sobre como encarar os desafios de hoje através da educação. Insisti sobre
o papel indispensável da família, da escola e da universidade. A coisa importante
é que este encontro encerrou-se com a publicação de um "decálogo da cultura", que
convida a jamais renunciar a curiosidade intelectual, a serem humildes e não intelectualmente
arrogantes, a conservar a própria autonomia intelectual, diante da superficialidade
do mundo de hoje, perseverar no cuidado da vida interior e considerar o pluralismo
uma riqueza e não uma ameaça."
A seguir, o "decálogo da cultura" para todos
os agentes envolvidos na educação:
Jamais renunciar a curiosidade intelectual; Tenham
coragem intelectual, não resignação intelectual; Sejam humildes e não intelectualmente
arrogantes; Pratiquem a empatia intelectual, ao invés de uma mentalidade fechada; Respeitar
a integridade intelectual; Manter a autonomia intelectual de vocês; Perseverem
diante da superficialidade que os circunda; Confiem na razão; Sejam leais e
não intelectualmente desleais; Considerem o pluralismo como riqueza, não como uma
ameaça.