2014-05-14 17:27:21

"Terra do Fogo": direito à saúde deve vir em primeiro lugar, diz Papa Francisco


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) – Peregrinos da região da Campanha, sul da Itália, também estiveram presentes na Audiência Geral na manhã desta quarta-feira, na Praça São Pedro. São pessoas que moram na chamada “Terra do Fogo”, uma área marcada por interesses econômicos e pela presença ilegal da Camorra, uma organização criminosa de Nápoles. Depois da catequese, o Papa Francisco se dirigiu a esses peregrinos, lembrando o drama vivido naquela região:
Saúdo a delegação dos habitantes da chamada “Terra do Fogo e do Veneno”, na Campanha e, ao expressar a minha proximidade espiritual a eles, espero que a dignidade da pessoa humana e os direitos à saúde venham sempre antes de qualquer outro interesse.
O pároco da cidade de Caivano, Maurizio Patriciello, também esteve presente na audiência. Um sacerdote-símbolo na luta contra a destruição do meio ambiente, sempre empenhado em denunciar os casos relacionados ao tráfico de resíduos tóxicos:
Eu acho que chegou a hora, agora, para fazer das palavras do Papa, o nosso modelo de vida: a dignidade da pessoa humana em primeiro lugar. Vem antes o homem e, depois, todas as outras coisas devem servir o homem; quando, ao contrário, por ganância, se maltrata o homem, se maltrata a Criatura. Nós, cristãos, nos encontramos perante um grande pecado, enquanto que os nossos políticos que nos governam se encontram perante um ato muito perigoso de negligência. Eu acho, eu acredito, eu espero, eu quero acreditar, com todo o coração, que os primeiros a acolher essas palavras do Papa sejam aqueles que estão nos governando: as respostas até hoje têm sido sempre respostas muito, muito lentas e parciais.
Depois da audiência, o pároco Patriciello encontrou o Papa Francisco:
Nós chegamos aqui hoje de manhã: somos milhares de pessoas, incluindo as mães das nossas crianças mortas. Havia inclusive algumas crianças doentes, em especial Luís, em cadeira de rodas, que hoje está muito feliz porque viu o Papa, conseguiu abraçar o Papa... E voltamos pra casa com essa esperança a mais! Eu tive, por alguns minutos, a chance de encontrá-lo: ele abençoou o meu tercinho. Ele disse: ‘Eu abençoo o seu terço e você reza por mim’. Eu tive a oportunidade de dizer: sou um dos párocos da “Terra do Fogo”. Ele me olhou, apertou as minhas mãos, assim, olhou pra mim como se fosse dizer: ‘Estou ciente desse drama’... A atenção à Criatura, hoje, não é mais facultativa: é mesmo uma emergência. O nosso povo tem rezado sempre para o Papa e sente esse laço afetivo, além de teológico, pastoral, espiritual com o sucessor de Pedro.
Esta não é a primeira vez que o Papa Francisco dá um sinal forte em relação a um drama que atinge, principalmente, pequenos inocentes. Na Páscoa, ele dedicou um momento da via Crucis para lembrar as vítimas que sofrem com atividades ilegais da máfia contra o meio ambiente. (AC)







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