2014-05-14 17:14:50

João XXIII: O Discurso da Lua


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) – Nas últimas edições do nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II, analisamos o discurso de abertura do evento conciliar. No programa de hoje, vamos falar de um dos pronunciamentos mais célebres do Papa João XXIII, conhecido como “O discurso da Lua”.

Na noite de 11 de outubro de 1962, data de abertura do Concílio Vaticano II, milhares de fieis acorreram espontaneamente à Praça São Pedro com velas e em meio a orações. Mesmo sem compreender ainda a profundidade das mudanças teológicas e pastorais que estavam por acontecer, os presentes percebiam, contudo, a força histórica e a importância do acontecimento.

A multidão clamava pela presença do Papa Roncalli, que – informado pelo seu Secretário Lóris Capovilla – assomou à janela do apartamento pontifício e, emocionado, falou de improviso. O caráter coloquial e absolutamente inesperado da sua saudação, que no início fez referência à Lua, conferiu ao pronunciamento o título de “Discurso da Lua”:

“Caros filhinhos, ouço as vossas vozes. A minha é apenas mais uma, mas condensa a voz do mundo inteiro. Todo mundo está aqui representado. Parece que até a lua está com pressa esta noite - observai-a lá no alto, está contemplando este espetáculo. É que encerramos uma grande jornada de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade”.

E após, continuou o discurso de forma paternal:

“Voltando para casa encontrarão as crianças. Dêem a elas um carinho e digam: “Este é o carinho do Papa”. Talvez as encontrareis com alguma lágrima por enxugar. Tende uma palavra de consolo para aqueles que sofrem. Saibam os aflitos que o Papa está com os seus filhos, sobretudo nas horas de tristeza e de amargura. E depois, todos juntos vamos nos animar uns aos outros, cantando, suspirando, chorando, mas sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, continuemos a retomar o nosso caminho. Adeus, filhinhos. À bênção acompanha também o meu desejo de uma boa noite”. (Para ouvir clique acima)

(JE)







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