2014-05-10 11:03:45

D. Silvano Tomasi na ONU: Igreja contra os abusos – 842 sacerdotes reduzidos ao estado laical


RealAudioMP3

Assunto que tem preocupado muito nos últimos anos a Santa Sé e as igrejas diocesanas em todo o mundo é o escândalo da pedofilia. A este propósito foi ouvido esta semana em Genebra D. Silvano Tomasi no 52º Comité das Nações Unidas sobre a Convenção contra a Tortura (CAT). O Observador Permanente da Santa Sé junto da ONU em Genebra teve oportunidade de se pronunciar acerca do compromisso da Santa Sé no combate à tortura e na defesa do direito inviolável da pessoa humana. D. Tomasi considerou ter sido um diálogo construtivo em que foi possível esclarecer questões importantes. A nossa colega do programa italiano Fausta Speranza ouviu as suas declarações:

“Eu diria que o ponto mais importante para fazer entrar na convicção dos especialistas é de que a Igreja – de um lado a Santa Sé, no seu campo, e as Conferência Episcopais e a Igreja em geral -, há 10 anos estão na linha da frente para combater todo tipo de abuso sexual contra menores, para prevenir este crime, para ajudar as vítimas e para punir também quem é culpado. Portanto, não queremos que permaneça fossilizada a perceção de que a Igreja não tenha feito o bastante ou que a Igreja tenha procurado evitar ou que esteja ainda evitando enfrentar este problema. Por isso foi necessário levar também dados precisos que mostram como a atividade, por exemplo, da Congregação para a Doutrina da Fé, que desde 2004 e até ao final de 2013, ‘laicizou’ 848 sacerdotes, reduzindo-os ao estado laical, e quanto seja séria a vontade de se colocar fim a este crime e de prevenir, de se fazer o possível para preveni-lo”.

A temática do encontro era a convenção sobre a tortura mas falando-se, ao mesmo tempo, de abusos sexuais corria-se o risco da banalização destas duas temáticas tão importantes. D. Tomasi respondeu também a esta interrogação:

“… nem todas as atividades de abuso sexual são “tortura”, porém existe a Convenção, no artigo 16, que diz claramente que o tratamento desumano e humilhante faz parte desta Convenção. É, portanto, legítimo, por um lado, que os especialistas tocassem neste tema, e por outro, é necessário insistir no facto de que se deva permanecer dentro da interpretação do texto segundo a Convenção de Viena sobre Tratados, e isto é, de não acrescentar novos crimes que estejam elencados na própria Convenção e de fazer de modo que a clareza de distinção entre a Convenção dos direitos da criança, por exemplo, e esta, permaneça de pé. De resto, todos os clérigos são considerados como responsáveis, ligados à jurisdição da Santa Sé, mesmo se esta influência da Santa Sé sobre o clero em países como os Estados Unidos ou Itália, ou Irlanda não seja legal, porque somente o Estado em que estes vivem pode perseguir e levar a Tribunal os culpados por crimes contra menores; não obstante tudo isto, eu penso que se deva aceitar um pouco a questão como foi colocada”. (RS) RealAudioMP3








All the contents on this site are copyrighted ©.