Papa Francisco sobre Igreja na Etiópia e Eritreia: um exemplo de solidariedade

Cidade do Vaticano (RV) - Obrigado pela solidariedade cristã que os senhores sabem expressar para com as faixas mais pobres da população de seus países. Foi o agradecimento do Papa aos bispos da Etiópia e Eritréia, recebidos no Vaticano na conclusão de sua quinquenal visita 'ad Limina'.

A Igreja na Etiópia e Eritreia cresce na fé inquebrantável das mulheres e dos homens que a testemunharam desde o alvorecer do cristianismo, mas também nas areias movediças de uma pobreza que continua a flagelar o povo, alimentada pelos muitos conflitos e também penúrias e seca que no Chifre da África, infelizmente, são endêmicas.

"Tenho consciência" de tudo isso – disse o Papa aos bispos dos dois Estados africanos, reunidos no Vaticano em visita 'ad Limina' – e agradeço-lhes pelos generosos programas sociais, inspirados no Evangelho, que os senhores aplicaram em colaboração com várias agências religiosas, caritativas e de governo, com a finalidade de aliviar esse sofrimento."

Penso, prosseguiu, "especialmente nas muitas crianças assistidas, que sofrem a fome e ficaram órfãs por causa da violência e da pobreza". E também nos jovens que, mesmo ligados a seus familiares e a seus amigos, foram obrigados a "abandonar a própria terra em busca de maiores oportunidades e que correm o risco de perder a vida durante viagens perigosas".

Diante de um cenário certamente dramático encontram-se, todavia, realidades inegavelmente positivas. Em primeiro lugar, observou, o serviço à caridade oferecido pelas duas Igrejas locais.

Uma caridade que no passado foi alimentada pelo impulso de muitos missionários, religiosos e religiosas, "que durante muitas gerações – recordou o Papa – generosamente colaboraram para a construção de suas comunidades locais" e de cujo espírito – afirmou – "precisamos novamente" hoje para anunciar a toda a sociedade a mensagem de Cristo, "não somente – precisou – àqueles que não o conhecem, mas também aos fiéis, a fim de que possam perceber mais uma vez o frescor do Evangelho e ser encorajados a encontrar sempre modos novos e criativos para viver e celebrar a sua fé".

Falando sobre o cuidado para com os sacerdotes, o Papa exortou os bispos da Etiópia e Eritreia a serem como "bons pais" para seus padres. Francisco recomendou – como sempre em todas as circunstâncias – "uma formação integral humana, espiritual, intelectual e pastoral" permanente do clero, junto – ressaltou – à promoção de "uma verdadeira fraternidade" que ajude os sacerdotes a "se acompanharem reciprocamente em seu ministério e a carregar o peso uns dos outros".

Igual atenção deve ser dada à formação dos leigos. "Aprecio – disse – os esforços feitos para criar novas oportunidades de formação catequética dos fiéis e para alcançar os jovens, que vivem aquele momento crucial de suas vidas em que são chamados a aprofundar sua relação com Cristo e sua Igreja e a buscar dar início a uma família própria".

Diante "dos muitos desafios da sociedade contemporânea, entre os quais uma cultura sempre mais secularizada e um menor número de oportunidade a um trabalho digno, é essencial – reiterou o Santo Padre – que homens e mulheres leigos sábios e engajados orientem os jovens no discernimento do sentido de suas vidas e de sua segurança no futuro".

O Papa reservou seu último agradecimento aos bispos pelo que fazem nas comunidades em favor dos anciãos. "Os esforços dos senhores em favor deles, que oferecem um forte testemunho do amor de Deus no meio dos seus, são – concluiu – uma graça extraordinária para o povo." (RL)