Papa no Regina Coeli: "Escrituras e Eucaristia indispensáveis no encontro com
o Senhor"
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco rezou a Oração do Regina Coeli
na manhã deste 3º Domingo de Páscoa, junto a milhares de peregrinos que lotavam a
Praça São Pedro e adjacências. Da janela do apartamento Pontifício, o Santo Padre
refletiu sobre a passagem dos discípulos de Emaús, da Liturgia do dia, onde o “partir
o pão torna-se o novo sinal da presença de Jesus”. “Palavra de Deus e Eucaristia,
nos enchem de alegria”, afirmou. Após a reflexão e a oração do Regina Coeli,
o Papa recordou a “grave” situação vivida na Ucrânia e as milhares de vítimas de um
deslizamento de terra no Afeganistão.
A reflexão de Francisco foi inspirada
no Evangelho do dia, onde “dois discípulos de Jesus, após a sua morte e passado o
sábado, deixam Jerusalém e retornam tristes e abatidos, em direção ao povoado, chamado
Emaús”. Eles não reconhecem Jesus ao longo do caminho, que inicialmente, então, os
ajudam a entender que “a paixão e a morte do Messias estava prevista no plano de Deus
e eram pré-anunciadas nas Sagradas Escrituras”. E assim “reascende um fogo de esperança
nos seus corações”.
Movidos por uma extraordinária atração por Jesus, os discípulos
o convidam para permanecer com eles naquela noite. E quando Jesus está à mesa, “abençoa
o pão e o parte, eles o reconhecem, mas ele desaparece de suas vistas, deixando-os
plenos de estupor. Após terem sido iluminados pela Palavra, haviam reconhecido Jesus
ressuscitado no partir o pão, novo sinal de sua presença”:
“O caminho de
Emaús torna-se assim o símbolo do nosso caminho de fé: as Escrituras e a Eucaristia
são os elementos indispensáveis no encontro com o Senhor. Também nós vamos frequentemente
à Missa dominical com nossas preocupações, as nossas dificuldades e desilusões ....
A vida, às vezes, nos fere e nós vamos embora tristes, em direção à nossa ‘Emaús”,
virando as costas ao plano de Deus. Mas nos acolhe a Liturgia da palavra: Jesus nos
explica as Escrituras e reacende nos nossos corações o calor da fé e da esperança”.
Após, Francisco reiterou a importância da Palavra e Deus e da Eucaristia:
“Palavra de Deus-Eucaristia. Ler cada dia 1 trecho do Evangelho. Recordem
bem! Cada dia um trecho do Evangelho. E no domingo comungar, receber Jesus. Assim
aconteceu com os discípulos de Emaús. Acolheram a palavra, partilharam o pão e de
tristes e derrotados – e assim se sentiam -, tornaram-se alegres. Sempre, caros irmãos
e irmãs, a Palavra de Deus e a Eucaristia nos alegram”.
O Santo Padre
observou que “na Liturgia Eucarística, Jesus se dá a nós, no Pão da vida eterna. A
Missa, presença viva de Jesus ressuscitado – uma presença que se expressa na Palavra
e na Liturgia – nos ilumina e nos conduz em direção à Jerusalém, isto é, em direção
à comunidade de irmãos e a comunidade dos homens, onde se vive a partilha e a missão”.
Ao
concluir, o Santo Padre pede, por intercessão de Maria santíssima, que rezemos para
que cada cristão, revivendo a experiência dos discípulos de Emaús, especialmente na
Missa dominical, redescubra a graça do encontro transformante com o Senhor ressuscitado.
Existe sempre uma Palavra de Deus que nos dá a orientação após as nossas debandadas;
e através as nossas fadigas e desilusões existe sempre um Pão partido que nos faz
seguir em frente no caminho”.
Ao final do tradicional encontro dominical,
o Papa saudou os presentes, em especial a Associação Meter - a quem conclamou a continuar
a luta contra todo o tipo de abuso a menores, dizendo um "Obrigado pelo trabalho de
vocês!" -, os participantes da Caminhada pela Vida, que "neste ano tem um caráter
internacional e ecumênico".
Ele recordou ainda o 90° Dia Nacional para a Universidade
do Sagrado Coração. "Rezo por esta grande Universidade, para que seja fiel à sua missão
original, e adaptada ao mundo atual. Se Deus quiser, em breve visitarei a Faculdade
de Medicina e Cirurgia e o Policlínico Gemelli, que cumpre 50 anos", afirmou.
E
por fim, o já tradicional "Bom almoço e até logo!".