Faleceu, aos 91 anos, Dom Tomás Balduíno, Bispo Emérito de Goiás
São Paulo (RV) – Faleceu na noite desta sexta-feira, 2 de maio, aos 91 anos,
o Bispo Emérito da Diocese de Goiás, Dom Tomás Balduíno. Ele estava internado há vários
dias no Hospital Neurológico de Goiânia devido à complicações cardíacas e um câncer.
O Bispo Auxiliar de Brasília e secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, fez
o comunicado do falecimento durante a missa dos bispos eméritos, no Santuário Nacional
de Aparecida (SP). O corpo está sendo velado na Igreja São Judas Tadeu, dos Frades
Dominicanos, em Goiânia, até às 13 horas de domingo. O sepultamento, em data e horário
ainda a ser definido, será realizado na Catedral da Cidade de Goiás.
Na manhã
do sábado, 3 de maio, os participantes da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil
celebraram, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a missa com a presença especial
dos bispos eméritos. A celebração foi presidida pelo arcebispo emérito de Manaus (AM),
Dom Luiz Soares Vieira. Pouco antes do início da celebração, os bispos receberam a
notícia do falecimento do bispo emérito da Cidade de Goiás. “Este nosso irmão agora
realiza o seu encontro com o Pai e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida”, disse
Dom Luiz em sua homilia.
Dom Tomás nasceu em Posse (GO) em 1922. Ingressou
na Ordem Dominicana em São Paulo (SP) e recebeu a ordenação presbiteral em Saint Maximin,
na França, em 1948. Antes de ser bispo, foi Superior da missão dominicana em Conceição
do Araguaia (PA) de 1956 a 1964 e prelado administrador desta prelazia, entre 1966
e 1967, sendo também bispo coadjutor. Nesta região, atuou na defesa dos povos indígenas
e das famílias sertanejas.
Fez mestrado em Antropologia e Linguística, na Universidade
de Brasília, com a finalidade de desenvolver um melhor trabalho junto aos índios.
Aprendeu a língua dos povos Xicrin, BAcajá e Kayapó.
Atuou na defesa de pessoas
perseguidas pela ditadura, durante o regime militar no Brasil. Em junho de 2013, esteve
presente no Seminário Internacional Memória e Compromisso, promovido pela Comissão
Brasileira Justiça e Paz, em Brasília, com o objetivo de lembrar o papel dos cristãos
no processo de anistia política e de redemocratização do país durante o período de
1964 a 1988.
Em 1967, foi nomeado bispo da diocese de Goiás, onde permaneceu
até 1999. Neste período, Dom Tomás colaborou na fundação do Conselho Indigenista Missionário
e da Comissão Pastoral da Terra.
Após um longo período proferindo seminários
e congressos, em 2003 foi designado membro do Conselho nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, vinculado ao Governo federal, cargo que abandonou pouco tempo
depois “ao sentir que pouco ou nada contribuía às mudanças desejadas à Nação brasileira”.
Em
2006, recebeu o Prêmio de Direitos do Homem Dr. João Madeira Cardoso, pela Fundação
Mariana Seixas, de Portugal, e também o título de Doutor Honoris Causa da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, pelo seu trabalho em favor da cidadania e direitos
humanos.
Em 2008, recebeu, nos Estados Unidos, o prêmio 'Reflections of Hope',
da 'Oklahoma City National Memorial Foudation', por sua atuação no combate à miséria.