2014-05-03 19:43:16

Faleceu, aos 91 anos, Dom Tomás Balduíno, Bispo Emérito de Goiás


São Paulo (RV) – Faleceu na noite desta sexta-feira, 2 de maio, aos 91 anos, o Bispo Emérito da Diocese de Goiás, Dom Tomás Balduíno. Ele estava internado há vários dias no Hospital Neurológico de Goiânia devido à complicações cardíacas e um câncer. O Bispo Auxiliar de Brasília e secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, fez o comunicado do falecimento durante a missa dos bispos eméritos, no Santuário Nacional de Aparecida (SP). O corpo está sendo velado na Igreja São Judas Tadeu, dos Frades Dominicanos, em Goiânia, até às 13 horas de domingo. O sepultamento, em data e horário ainda a ser definido, será realizado na Catedral da Cidade de Goiás.

Na manhã do sábado, 3 de maio, os participantes da 52ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil celebraram, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a missa com a presença especial dos bispos eméritos. A celebração foi presidida pelo arcebispo emérito de Manaus (AM), Dom Luiz Soares Vieira. Pouco antes do início da celebração, os bispos receberam a notícia do falecimento do bispo emérito da Cidade de Goiás. “Este nosso irmão agora realiza o seu encontro com o Pai e agradecemos a Deus pelo dom de sua vida”, disse Dom Luiz em sua homilia.

Dom Tomás nasceu em Posse (GO) em 1922. Ingressou na Ordem Dominicana em São Paulo (SP) e recebeu a ordenação presbiteral em Saint Maximin, na França, em 1948. Antes de ser bispo, foi Superior da missão dominicana em Conceição do Araguaia (PA) de 1956 a 1964 e prelado administrador desta prelazia, entre 1966 e 1967, sendo também bispo coadjutor. Nesta região, atuou na defesa dos povos indígenas e das famílias sertanejas.

Fez mestrado em Antropologia e Linguística, na Universidade de Brasília, com a finalidade de desenvolver um melhor trabalho junto aos índios. Aprendeu a língua dos povos Xicrin, BAcajá e Kayapó.

Atuou na defesa de pessoas perseguidas pela ditadura, durante o regime militar no Brasil. Em junho de 2013, esteve presente no Seminário Internacional Memória e Compromisso, promovido pela Comissão Brasileira Justiça e Paz, em Brasília, com o objetivo de lembrar o papel dos cristãos no processo de anistia política e de redemocratização do país durante o período de 1964 a 1988.

Em 1967, foi nomeado bispo da diocese de Goiás, onde permaneceu até 1999. Neste período, Dom Tomás colaborou na fundação do Conselho Indigenista Missionário e da Comissão Pastoral da Terra.

Após um longo período proferindo seminários e congressos, em 2003 foi designado membro do Conselho nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, vinculado ao Governo federal, cargo que abandonou pouco tempo depois “ao sentir que pouco ou nada contribuía às mudanças desejadas à Nação brasileira”.

Em 2006, recebeu o Prêmio de Direitos do Homem Dr. João Madeira Cardoso, pela Fundação Mariana Seixas, de Portugal, e também o título de Doutor Honoris Causa da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, pelo seu trabalho em favor da cidadania e direitos humanos.

Em 2008, recebeu, nos Estados Unidos, o prêmio 'Reflections of Hope', da 'Oklahoma City National Memorial Foudation', por sua atuação no combate à miséria.

(CNBB/JE)








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