Forma de comunicar do Papa norteia encontro do Pe. Lombardi com participantes de Seminário
Cidade do Vaticano (RV) – Concluiu-se nesta quarta-feira, com uma visita à
Sala de Imprensa da Santa Sé, o 9º Seminário profissional promovido pela Faculdade
de Comunicação Institucional da Pontifícia Universidade da Santa Cruz, que teve como
tema “Estratégias criativas para uma mudança cultural”. O pronunciamento conclusivo
esteve a cargo do Diretor da Sala de Imprensa, Pe. Federico Lombardi:
Padre
Lombardi iniciou seu pronunciamento afirmando viver “com muita alegria este Pontificado,
sobretudo pelo sentido de anúncio do amor de Deus e da sua misericórdia como mensagem
muito clara e eficaz” da atividade do Papa Francisco:
“Acredito que seja
verdadeiro aquilo que o Papa disse mais de uma vez, de que o Evangelho e a Igreja
devem agir “por atração”, isto é, anunciar uma mensagem assim bonita e profunda para
a salvação e para a vida das pessoas, que nos faça sentir atraídos pelo Senhor Jesus
e pela Igreja”.
Sobre o estilo de comunicação do Papa, Padre Lombardi ressaltou
“a simplicidade, a concretude, uma comunicação que é feita não somente de palavras,
também se simples e eficaz, mas também de atitudes, de gestos muito comunicativos,
em particular aqueles que manifestam este amor e esta misericórdia”:
“O
primeiro gesto que provocou um impacto enorme foi o do Lava-pés da Quinta-feira Santa
do ano passado aos jovens detentos. Mas também depois, vimos que os doentes passaram
a ser os primeiros a serem saudados após os bispos, durante as audiências: portanto,
também este sinal da prioridade aos doentes e aos sofredores é muito eficaz”.
Agora
se aproximam as viagens à Terra Santa e à Coréia, prosseguiu Pe. Lombardi. “Serão
etapas novas para ver a comunicação da mensagem do Santo Padre para o mundo. E, portanto,
não vimos tudo. Existem, ainda, tantas coisas que devemos, acredito, aprender e ver”.
O
Papa Francisco – observou ainda Padre Lombardi – tem uma espontaneidade de comunicação
que rompe as barreiras:
“Uma pessoa que não tem barreiras que a isolam.
Não as tem quando gira pela praça e sobe e desce do jeep e leva prá cima as crianças,
faz subir os outros, e não as tem tampouco na vida cotidiana quando, se ele quer dizer
alguma coisa a uma pessoa, pega o telefone e diz a ela. Isto, portanto, é um aspecto
muito característico”.
“Às vezes – observou – é necessário precisar algumas
coisas em relação a isto”:
“Digamos: atenção é necessário ter certa prudência
sobre o que se está dizendo sobre isto, porque aquilo que alguém disse que recebeu
um telefonema, quem o sabe, depois, se é objetivo.. Portanto, deve-se ter muita prudência
ao levar em consideração certas coisas e não é necessário tirar disto consequências
que vão além de um fato reservado, pessoal e não se tornem consequências que digam
respeito ao ensinamento da Igreja, certamente”.
Respondendo a uma pergunta
sobre seus contatos com o Papa, o Padre Lombardi disse que “pode existir mesmo um
colóquio mais profundo e mais longo, mas isto é raro”. Pelo contrário, existem muitos
contatos breves. O Papa é uma pessoa muito rápida, muito reativa, motivo pelo qual
eu aproveito, em muitas ocasiões que tenho de encontrá-lo - como por exemplo, ao final
de uma audiência com um Chefe de Estado – de perguntar-lhe sobre o que falaram. Após,
acrescento duas ou três perguntas “breves” e ele me dá respostas em modo muito rápido”.
(JE)