2014-04-30 12:51:48

Card. Hummes: "Promover o clero indígena na Amazônia"


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Aparecida (RV) – “Como em todas as edições, este ano também a Comissão Especial Episcopal para a Amazônia terá o seu espaço na Assembleia dos Bispos para apresentar os trabalhos que estão sendo feitos e o que se pretende realizar”. É o que antecipa à RV o Presidente da Comissão, Cardeal Cláudio Hummes:

Este ano, nós vamos, em primeiro lugar, apresentar um relatório geral do que foi feito no ano: encontros, visitas de membros da Comissão às várias circunscrições eclesiásticas (prelazias e dioceses) da Amazônia Legal. Depois, pensaremos juntos sobre as questões da Amazônia e da Igreja na Amazônia. Isto é, como promover este ‘rosto amazônico’ da Igreja na Amazônia, assim como o Papa vem insistindo conosco, e o grande trabalho que a Igreja está fazendo na Amazônia”.

“Não queremos ficar apenas no discurso sobre o rosto amazônico, mas analisar o que significa isto na realidade. E aí volta certamente a questão dos índios, habitantes originais, da floresta, de que forma deve se respeitar e ter todo o cuidado para não desvirtuar, não destruir a floresta e a cultura dos nossos indígenas, a sua história, que já foi muito perturbada nestes cinco séculos, desde a vinda dos portugueses para estas regiões”.

“Os índios acabam ficando ‘invisíveis’ porque tantos outros problemas vão se antepondo, as cidades vão crescendo, os problemas normais urbanos ocupam muito a Igreja. Mas há regiões onde ainda há uma grande presença dos índios no dia a dia da Igreja, como por exemplo, São Gabriel da Cachoeira e outras prelazias”.

“Como dar aos índios mais visibilidade, mais participação? Poderíamos resumir esta questão na frase: ‘facultar, propiciar e promover para que os índios sejam os sujeitos de sua história religiosa, ou seja, os protagonistas’. Isto significa um clero índio, padres índios, eventualmente no futuro índios bispos, que possam continuar a dialogar com a cultura e a história dos indígenas do Brasil e inculturar melhor a fé nesta cultura e história, que foram muito perturbadas coma a colonização. Esta questão é fundamental: já que eles perderam muito, que ao menos a Igreja dê um exemplo para que eles possam voltar a ser sempre mais sujeitos e protagonistas de sua história religiosa”.
(CM)

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