2014-04-25 12:24:18

Bispos da África meridional visitam o Papa


Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco teve agenda cheia na manhã desta sexta-feira, 25. Começou a manhã recebendo em audiência um numeroso grupo de bispos da África do Sul, Botsuana e Suazilândia. O arcebispo sul-africano de Durban, Cardeal Wilfrid Fox Napier, fez uma breve saudação ao Pontífice, que em seguida, entregou seu discurso escrito.

Para Francisco, o encontro desta manhã foi uma ocasião para agradecer a Deus pelo crescimento da Igreja nos três países onde missionários, junto com a população indígena local, lançaram as sementes da fé. Ao longo de gerações, saíram rumo a aldeias, vilas e cidades construindo igrejas, escolas e hospitais, um patrimônio que brilha até hoje no coração de cada fiel e na obra do apostolado.

Francisco mostrou conhecer os desafios que a Igreja enfrenta nestes países, como as grandes distâncias entre as comunidades, a escassez de recursos materiais e o acesso limitado aos sacramentos. Disse saber que diáconos permanentes estão sendo treinados em algumas dioceses para ajudar o clero, que dispõe de poucos sacerdotes.

Há um esforço concertado para renovar e aprofundar a formação dos catequistas leigos que ajudam os pais na preparação das novas gerações na fé. Sacerdotes e irmãos e irmãs religiosas dedicam mente e coração no serviço dos filhos e filhas de Deus mais vulneráveis, como viúvas, mães solteiras, divorciados, crianças em situação de risco e especialmente os milhões de órfãos da AIDS, muitos dos quais são chefes de família em áreas rurais”, disse.

O Pontífice foi informado também dos graves desafios pastorais das comunidades da África do Sul, Botsuana e Suazilândia: famílias católicas têm menos filhos, os fiéis se afastam da Igreja em busca de grupos que prometem algo melhor, o aborto agrava o sofrimento de muitas mulheres, que carregam consigo profundas feridas físicas e espirituais, os índices de separação e divórcio são altos e as crianças frequentemente não crescem em um ambiente familiar estável. Outra grande preocupação é com o aumento da violência contra mulheres e crianças.

Diante destas dificuldades, bispos e sacerdotes devem dar um testemunho coerente dos ensinamentos morais do Evangelho”, advertiu Francisco, lembrando que “devem ser encontradas maneiras novas e criativas de ajudar as pessoas a encontrar Cristo através de uma compreensão mais profunda da fé”.

Em relação à redução do número de sacerdotes e ao declínio significativo dos seminaristas, o Papa sugeriu a promoção autêntica de vocações em cada território, uma seleção prudente dos candidatos, o encorajamento dos candidatos em formação e o acompanhamento atento nos anos após a ordenação.

A respeito da vida familiar, Francisco insistiu na indissolubilidade do matrimônio e disse que os programas de preparação para este sacramento, enriquecidos pelo ensinamento do Papa João Paulo II, estão se demonstrando promissores e indispensáveis e inspirando os jovens com uma nova esperança para si e para o seu futuro como maridos e esposas, pais e mães.

Abordando a questão da moralidade, o Papa está consciente da crescente tentação dos cristãos em conspirar com a desonestidade, um tema profeticamente analisado pelos bispos em sua declaração pastoral sobre a corrupção. Questões sociais graves são também a situação dos refugiados e migrantes: “Que estes homens e mulheres sejam sempre acolhidos por nossos católicos e encontrem nas comunidades as casas e os corações abertos, o que procuram para começar uma nova vida”.

Francisco terminou seu discurso aos bispos lembrando a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, frisando a esperança de que os cristãos busquem "novos caminhos para o caminho da Igreja nos próximos anos", e pedindo a intercessão dos santos da África para orientá-los como ensinar, santificar e governar a missão de Cristo.
(CM)







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