Moçambique: Governo nega paridade no Exército nacional
O Governo
de Moçambique tornou claro esta segunda-feira (21), que não há lugar à paridade com
a Renamo nas Forças de Defesa e Segurança (FDS). O chefe da delegação governamental
no diálogo com o maior partido da oposição, o Ministro da Agricultura, José Pacheco,
sublinhou que a reestruturação das Forças de Defesa e Segurança é uma competência
do Presidente da República, na sua qualidade de Comandante-Chefe. Falando a jornalistas
no final da 54ª ronda de diálogo político, José Pacheco disse que a Renamo condiciona
o desarmamento dos seus homens a um compromisso de paridade nas Forças de Defesa e
Segurança, o que na óptica do Governo, é inaceitável, porquanto é prerrogativa do
Chefe do Estado estruturá-las e tomar decisões à volta de quem está à frente das suas
diferentes unidades. Governo e Renamo batem-se José Pacheco assegurou
que está fora de questão a discussão sobre paridade nas Forças de Defesa e Segurança.
Ainda segundo aquela fonte governamental, para a composição do exército nacional
existe um processo normal de recrutamento de cidadãos dentro do qual não se observa
o princípio de filiação partidária de quem quer que seja. Por seu turno, Saimone
Macuiane, chefe da delegação da Renamo, insistiu que, se o Governo é pela paz, deve
aceitar a todo o custo a exigência daquele partido político. Macuaiane afirmou que
a Renamo não vai entregar as suas armas se o Governo na aceitar acomodar a sua exigência
como pré-condição. Foi, entretanto, nesta senda que a reportagem da Rádio Vaticano
em Maputo ouviu os porta-vozes dos 3 partidos políticos representados no Parlamento,
nomeadamente a Frelimo (partido no poder), a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique,
ambos da oposição.. “Uma exigência absurda da Renamo” Para o porta-voz
da bancada parlamentar da Frelimo, Edmundo Galiza Matos Júnior, a exigência da Renamo
é absurda e segundo afirma, este partido deve depor as suas armas porque num Estado
de direito e democrático, não faz sentido um partido representado no Parlamento estar
armado. Já o porta-voz da bancada parlamentar do Movimento Democrático de Moçambique,
José de Sousa, a Renamo e o Governo devem ser consensuais no seu diálogo a bem da
estabilidade política no País. A Renamo quer também chefiar as forças Já
no entender de Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, o desarmamento
da Renamo passa necessariamente pela integração dos seus homens nas Forças de Defesa
e Segurança e no Comando da Polícia, mas também assumindo cargos de chefia. De
referir que estas divergências no diálogo político entre o Governo e a Renamo acontecem
numa altura em que se corre contra o relógio, pois está-se na contagem decrescente
para a realização das eleições gerais de Outubro próximo. Hermínio José, Maputo.