2014-04-20 14:53:13

Páscoa: compromisso com a verdade, a justiça e a misericórdia


São Paulo (RV) – A Pastoral Carcerária Nacional divulgou este domingo sua mensagem por ocasião da Páscoa.

Assinada pelo Coordenador Nacional, Padre Valdir João Silveira, a mensagem se dirige aos agentes da Pastoral Carcerária e aos detentos para, juntos, ”tirar as pedras sobre os túmulos que impedem a libertação, a ressurreição de nossas vidas, para com Cristo e em Cristo surgirmos com o Sol de um novo dia, a Páscoa”.

Eis a íntegra da mensagem:

A festa da Páscoa Cristã nos remete ao tempo de Moisés, há mais de 4 mil anos. Moisés foi escolhido por Deus para libertar o povo hebreu da escravidão no Egito, Para ajudá-lo nesta difícil tarefa: libertar e ajudar os judeus a retornarem à terra natal, Canaã. O fato se tornou um marco para o povo israelense e, a partir desse dia, passou a fazer parte de seu calendário religioso. A Pessach (passagem) celebra a libertação, uma cerimônia que enaltece o conceito da liberdade humana e o respeito entre os povos.

Segundo a bíblia, o próprio Jesus Cristo participou de várias celebrações pascais. Quando tinha 12 anos, foi levado pela primeira vez pelos seus pais, José e Maria, para comemorar a Páscoa, tendo participado sempre nos anos seguintes. A mais famosa participação relatada na bíblia foi a “Última Ceia”, quando Jesus participou da comunhão do corpo e do sangue, simbolizados pelo pão e pelo vinho.

Para os cristãos, a Páscoa é também passagem. Tem como figura central Jesus de Nazaré. Ela celebra a passagem de sua morte para a vida, de sua paixão para a ressurreição, do velho Adão para novo Adão, desse cansado mundo para o novo mundo em Deus, de um mundo injusto de sofrimento para uma sociedade fraterna e solidaria.

Celebrar a Páscoa é reafirmar a nossa fé na ressurreição de Cristo e na própria ressurreição e de todos os nossos projetos de justiça.

A Páscoa é a certeza de que a Vida vence a Morte. A Ressurreição de Jesus Cristo desmascara todos os mecanismos de violência e injustiça da ação humana e revela a face de um Deus que não se detém ante o pecado humano, mas usa de misericórdia, da restauração ao convidá-lo à conversão ao Evangelho da vida plena. A Páscoa nos diz que Cristo sofreu nossas dores, para que ninguém mais precisasse ser condenado, preso e sucumbir diante da tortura, da dor e do sofrimento.

A Páscoa nos convida a ser como Jesus e contribuir com Ele no propósito de salvar o mundo e promover a vida para todas as pessoas. A Páscoa nos alerta para o compromisso com a verdade, a justiça e a misericórdia. Contrariando muitas pessoas que se sentem incomodadas com a justiça do Evangelho, a Justiça que restaura relações com o irmão, com Deus e com a esperança. A Páscoa nos exorta a nos preparar para assumir os riscos do anúncio das Boas-Novas e das denúncias das injustiças, e tomar a nossa cruz, na confiança da presença de Deus sempre conosco. Por mais árdua que sejam as lutas diárias, há certeza de que venceremos com Cristo.

Minha irmã, meu irmão agente de Pastoral Carcerária, minha irmã e meu irmão preso: juntos, vamos tirar as pedras sobre os túmulos, que impedem a libertação, a ressurreição de nossas vidas, para com Cristo e em Cristo surgirmos com o Sol de um novo dia, a Páscoa.

Padre Valdir João Silveira
Coordenador Nacional da Pastoral Carcerária







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