Cidade do Vaticano (RV) – Na Semana em que vivemos a paixão, morte e ressurreição
de Cristo, o novo Santo brasileiro continua nos evangelizando através de seus escritos.
Selecionamos
trechos dos Poemas Eucarísticos, onde o Apóstolo fala da infinita misericórdia de
Deus, que se encontra na origem da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Foi
quando o próprio pão, em jantar derradeiro, Comendo, aos seus irmãos deu-se
a comer inteiro. Pulsem os corações com tão rico presente E transborde
o louvor a voz que canta e sente! Pela primeira vez chega o grande momento: É
posto à mesa régia o célico alimento. A Eucaristia é o sinal da infinita misericórdia
de Deus para com o homem e a sua criação. Para salvar o homem, o Deus-Todo Poderoso
não hesitou em humilhar-se a si mesmo, assumindo a condição mortal através do seu
Filho, que se torna “servo dos servos” e morre por nós “em duro pau de cruz”.
Em
tudo igual a ti, veio em corpo mortal A lavar nosso crime extirpar nosso
mal, Enfrentar por vontade um cruel sofrimento, E arrostando a
cruz o horroroso tormento, Com sua morte atroz, restaurar a amizade. Na
cruz, Cristo se torna o perfeito comunicador desse amor divino para o homem e a humanidade.
Aquele que restabelece a comunicação entre os homens e Deus e que mediante a sua ressurreição
e ascensão aos céus prepara as “celestiais moradas” para os homens que buscam Deus
e o seu Reino. O teu sangue em caudais tu por mil derramaste: Pois
tu com preço tal, sozinho me compraste. Vida inocente dás, para não me perder: Para
comprar o morto aceitas o morrer. E em mim possas viver só e sempre em guarida, Pois
tua morte foi causa de minha vida! Cristo deixa o “próprio corpo” como novo
alimento que deve acompanhar esse homem liberto do pecado no seu caminhar histórico:
Deus ama, o homem espera, Deus liberta. A liberdade que nasce da Eucaristia se torna
assim a esperança do cristão.
O novo rei do céu dá na ceia a seus povos Com
dadivosa mão estes manjares novos. A nova páscoa finda a do antigo cordeiro, E
cede à nova lei o código primeiro. Ao real cede a sombra, ao recente a demora, Foge
rápida a noite ao ressurgir da aurora A ressurreição e ascensão de Cristo preparam
algo para nós. Neste sentido, falamos de esperança, da qual a morte se torna sinal
mais forte. Então vale a pena dizer sempre: “Minh’alma sedenta busque esta fonte divina”.
Vais
e ficas, deixando o maior dom terrestre, Teu corpo, ó Cristo, que é o penhor
de que ama. Ó verdadeiro amor, benigníssima chama, Que és para
os bons, Jesus, compaixão infinita!