2014-04-12 13:06:06

Arcebispo de Yangon: nova lei limita liberdade religiosa


Myanmar (RV) - O presidente de Myanmar, Thein Sein, solicitou ao parlamento que analise o projeto que prevê uma nova lei sobre a liberdade religiosa. Esta proposta, que deveria proteger uma minoria mulçumana vítima da violência, limita o matrimônio interreligioso e a conversão a uma outra fé, vetando assim, a poligamia e promovendo um controle de natalidade.

Com base na proposta de Thein Sein, um movimento de monges budistas abriu uma petição - cujas assinaturas passam 1,3 milhões - para “proteger sua etnia e a religião da nação, de maioria budista”.

Um grupo conhecido como “Movimento 969” organizou, há meses, manifestações contra os mulçumanos birmaneses, acusando-os de ser uma ameaça para o País.

Aung San Suu Kyi, líder da “Aliança Nacional pela Democracia”, criticou a proposta assinada que discrimina as mulheres e viola os direitos humanos e a liberdade pessoal.

Dom Charles Maung Bo, arcebispo de Yangon, também discorda da proposta e solicitou ao Estado que “não interferisse no direito individual da escolha da própria religião”. A lei, afirmou, “limita a liberdade religiosa em Myanmar em um momento no qual os cidadãos estão adquirindo liberdade em outras áreas. A conversão é um fato de consciência, que ninguém pode obrigar”. A lei prevê ainda restrições ao matrimônio interreligioso, e isso “comprometeria a livre decisão de uma mulher em formar uma família”. O arcebispo recorda o prejuízo e as manifestações conduzidas contra os mulçumanos birmaneses e convida a uma harmonia religiosa.

A proposta da lei encontrou resistência em nível político e religioso. O parlamento e diversos ministros vão avaliar o projeto e o discutirão em maio.
(JO)







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