Audiência: sabedoria é ver e agir com os olhos de Deus
Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 50 mil pessoas compareceram à Praça S. Pedro
esta manhã, para a Audiência Geral com o Papa Francisco.
Durante meia-hora,
o Pontífice fez o giro da Praça com o papamóvel para receber e retribuir o carinho
dos fiéis. Do Brasil, havia grupos da Diocese de Belém (PA) e do Município de Rio
Bonito (RJ).
Ao concluir na semana passada as catequeses sobre os Sacramentos,
nesta quarta o Pontífice iniciou um novo ciclo: trata-se dos dons do Espírito Santo,
que invocamos na antiga oração chamada “Sequência ao Espírito Santo”: sabedoria, entendimento,
conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus – dons de que fala Profeta Isaías.
Falando
sobre o primeiro desses dons, a sabedoria, Francisco citou o Rei Salomão, que no momento
da sua coroação pediu “um coração que escuta, que saiba discernir entre o bem e o
mal”. A sabedoria é justamente isso, explicou o Papa: “É a graça de poder ver cada
coisa com os olhos de Deus. Às vezes vemos as coisas de acordo com a conveniência
ou de acordo com o nosso coração, com amor, com ódio ou inveja. Este não é o olhar
de Deus”.
A sabedoria, portanto, não nasce tanto da inteligência ou do conhecimento
que podemos adquirir, mas da intimidade com Deus, “de filhos com o Pai”.
Quando
estamos em comunhão com o Senhor, de certo modo o Espírito Santo transfigura o nosso
coração e faz-nos sentir todo o seu calor e a sua predileção: então tudo nos fala
de Deus e torna-se sinal da sua misericórdia e do seu amor. Isto torna sábio o nosso
coração, não no sentido de saber tudo, de ter uma resposta para tudo, mas no sentido
de que saboreia Deus: o nosso coração e a nossa vida têm o gosto, o sabor de Deus.
Como é importante ter cristãos assim nas nossas comunidades! Neles, tudo
fala de Deus, tornando-se um sinal vivo e estupendo da sua presença e do seu amor.
Mas isto não o podemos improvisar, nem alcançar só por nós mesmos; é um dom que Deus
concede àqueles que se tornam dóceis ao seu Espírito. Todos temos dentro de nós o
Espírito Santo, ao qual podemos ou não escutar. Se nós o ouvimos, teremos a sabedoria
de Deus.
O Papa então deu dois exemplos práticos de “aplicação” da sabedoria
de Deus: uma mãe com seus filhos e um casal de esposos. A mãe não deve repreender
os filhos com nervosismo ou agitação, mas com doçura e paciência; já no matrimônio,
quando brigam, os esposos não devem se olhar com “cara fechada”, mas fazer as pazes
depois da tempestade.
Isso (sabedoria) não se aprende, é um presente do
Espírito Santo. Por isso, peçamos ao Senhor que nos dê a sabedoria, de olhar com os
olhos Deus, de sentir com Seu coração, de falar com as palavras de Deus. E com esta
sabedoria devemos ir avante, construindo a família, a Igreja. Peçamos a Maria, sede
da sabedoria, que nos conceda esta graça.
Na Audiência Geral, entre os
inúmeros brasileiros na Praça S. Pedro estava o Bispo de Bafatá, na Guiné-Bissau,
Dom Pedro Carlos Zilli.
Depois da Audiência, ele passou na Rádio Vaticano e
revelou o que disse ao Papa: