Jales (RV) - Entramos no mês de abril. De acordo com o calendário vigente agora,
abril é o quarto mês do ano, cuja contagem inicia com o mês de janeiro.
Mas
andaram acontecendo algumas mudanças no calendário, antes de se fixar, em definitivo,
tal como o seguimos agora.
Para encontrar o fio da meada, é bom partir, exatamente,
do mês de abril. Pois o mês de abril se tornou uma espécie de encruzilhada, entre
o calendário romano, e- calendário judeu.. Pois na verdade, o calendário que agora
temos é herdeiro de dois calendários o judeu e o romano.
Vamos, então, aos
detalhes.
No calendário judeu, o nosso mês de abril, correspondia ao mês de
“nisan”, no qual se celebrava a páscoa, referência central para o detalhamento dos
outros meses.
O calendário judeu se guia pela lua. Ao passo que o calendário
romano se guia pelo sol. Entre os judeus, a tradição estabelecia que a páscoa seria
celebrada no primeiro sábado depois da lua cheia do mês de Nisan.
Podemos
conferir o calendário deste ano. A lua cheia cai no dia 15 deste mês de abril, que
para os judeus é mês de Nisan. . O primeiro sábado depois da lua cheia, cai no dia
19, em cuja noite tanto judeus como cristãos celebram a páscoa. Para os cristão,
todas as outras festas importantes do seu “ano litúrgico” são estabelecidas a partir
da páscoa, como a festa de Pentecostes, Corpus Christi, e os domingos, todas datas
situadas a partir da páscoa. .
Com o calendário romano também andaram fazendo
diversas mudanças. A mais importante foi alterar a sequência dos meses. No calendário
romano original, o ano começava no mês de março, dedicado a “marte”, o deus da guerra..
Depois o início do ano foi antecipado para o mês de janeiro.
Aí se entende
como o nome de alguns meses do ano ficou em descompasso com o significado original
da palavra que o identificava. Pois se iniciamos a contagem com o mês de março, o
sétimo mês vai coincidir com o mês de “setembro”. Agora, começando a contagem em
janeiro, setembro acaba sendo, não o sétimo, mas o nono mês E assim aconteceu com
os meses de outubro, novembro e dezembro. Eles ainda guardam o nome que correspondia
ao seu número na série que iniciava em março.
Para os mais curiosos, há outros
detalhes nesta mexida no calendário romano. Trata-se da interferência de dois imperadores,
Júlio César e César Augusto. Eles mandavam em tudo, mandaram até modificar o mês o
seu nascimento. De tal forma que Júlio César nasceu no quinto mês do ano, que por
isto se chamava “quintilis”, e tinha trinta dias. Júlio César mandou que acrescentassem
mais um dia, de tal modo que o mês passou a ter 31 dias e ser chamar de “o mês de
julho”, e no final do ano quem pagou a conta foi fevereiro, que ficou só com 29.
Depois veio o imperador César Augusto, que nasceu no mês chamado de “sextilis”,
por ser o sexto mês do ano. César Augusto também quis 31 dias para o seu mês, que
passou a se chamar de “mês de agosto”, em homenagem ao imperador. De tal modo que
no final do ano, fevereiro ficou, então, com 28 dias.
Esta a história dos nossos
calendários. Agora, é a ONU que gostaria de fazer uma ampla reforma no calendário
oficial, a ser assumido por todos os países, mesmo os que não integram a cultura ocidental.
Mas até agora todas as tentativas foram frustradas, especialmente pela firme posição
dos judeus, que não querem alterar a sequência dos sábados.
Em todo o caso,
mesmo que haja diferenças de calendários, os anos são preciosos, e cada dia merece
ser vivido com alegria e ação de graças!