Cidade do Vaticano (RV) - Os 12 bispos ruandeses estão em Roma para sua visita
ad Limina Apostolorum e na manhã desta quinta-feira, foram recebidos pelo Papa Francisco
no Vaticano.
No vigésimo aniversário do início do genocídio que causou sofrimento
e deixou feridas que ainda estão longe de ser fechadas, o Papa quis “unir-se de coração
a este luto e assegurar-lhes suas orações a todos os ruandeses, independentemente
da religião, pertença étnica ou política”.
Francisco encorajou a Igreja local
a perseverar no compromisso da reconciliação, prioritário para a Igreja. O caminho
é longo e requer paciência, diálogo e respeito mútuo. “Devemos lembrar que somente
unidos no amor podemos converter profundamente os corações. Neste contexto de reconciliação
nacional, também é necessário reforçar as relações de confiança entre a Igreja e o
Estado”.
Ruanda e Santa Sé celebram em 6 de junho o quinquagésimo aniversário
do estabelecimento de relações diplomáticas, o que pode ser uma oportunidade para
lembrar os frutos benéficos destas relações em benefício do povo ruandês.
Ressaltando
a valiosa contribuição da Igreja para o bem comum nas áreas da educação e saúde, o
Papa se congratulou com as pessoas de boa vontade que se dedicam a todas as vítimas
de guerra na alma ou no corpo, especialmente viúvas, órfãos e idosos,os doentes e
as crianças.
Prosseguindo o discurso, o Pontífice deu destaque ao papel da
Igreja na educação e no ensino dos valores do Evangelho, que será para eles ‘uma bússola’
que indica o caminho para serem membros ativos e generosos da sociedade. “Para
isso, é necessário fortalecer a Universidade e as escolas públicas e católicas, vinculando
a missão educativa e o anúncio do Evangelho", frisou.
Passando ao papel
dos leigos nesta missão, Francisco disse que eles "têm um papel crucial e agradeceu
os catequistas por seu empenho, generoso e perseverante. Eles estão fortemente envolvidos
na vida de Comunidades Eclesiais de Base, movimentos, escolas, instituições de caridade
e em várias áreas da vida social".
Para o Papa, um cuidado especial deve
ser dedicado também às famílias, muitas das quais foram dilaceradas e estão se recompondo.
Por fim, ele agradeceu os sacerdotes que se dão generosamente no ministério,
exortando-os a melhorar constantemente a formação humana, intelectual e espiritual
dos seminaristas. (CM)