2014-04-01 20:47:58

Revista italiana de geopolítica Limes dedica edição às "consequências de Francisco"


Cidade do Vaticano (RV) - "As consequências de Francisco": esse foi o tema – por ocasião da apresentação da última edição da prestigiosa revista de geopolítica Limes – que reuniu neta segunda-feira, em Roma, religiosos, expoentes do mundo político e jornalistas. O primeiro ano de Pontificado do Papa Francisco e os muitos elementos de seu ministério petrino estiveram no centro das reflexões.

A análise dedicada ao Papa Francisco parte das villas misérias de Buenos Aires e chega aos EUA e à China, abraça lugares e ações do então Cardeal Bergoglio, a sua formação teológica, os gestos e as palavras do Pontífice proveniente "quase do fim do mundo".

Mas, evidenciou o diretor da revista dos Jesuítas "La Civiltà Cattolica", Pe. Antonio Spadaro, a interrogação sobre as "conseqüências de Francisco" não tem uma resposta unívoca ou definitiva, independente do ponto de vista do qual se proponha:

"Quais são as consequências do Papa Francisco? Podemos dizer que se desdobram na história; não há consequências fixas, consequências que podemos já definir. Está em andamento um processo; o Papa gosta mais dos processos do que dos pontos de vista estáticos sobre a realidade. Portanto, a verdadeira consequência do Papa Francisco é a abertura de um processo."

A interrogação, prosseguiu Pe. Spadaro, deve ser feita também a nível individual: quais são as conseqüências para cada um de nós? Justamente assumindo essa perspectiva, o diretor da "La Civiltà Cattolica" recordou um dos episódios que pessoalmente considera mais emblemáticos neste ano de Pontificado:

"Certamente, um evento que ficou muito impresso na memória foi o primeiro gesto que fez do Balcão central da Basílica de São Pedro no dia de sua eleição: o fato de inclinar-se para pedir a bênção por parte da multidão, do povo. Portanto, essa relação muito estreita que criou com o povo, por si mesma, é um evento simbólico, que depois assumiu muitos modos; basta recordar, por exemplo, a visita que fez a Lampedusa, ou o grande evento da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro."

Também a presidente da Câmara dos Deputados italiana, Laura Boldrini, deteve-se, em particular, sobre uma das "consequências de Francisco":

"O Papa Francisco colocou aquilo que todos nós não queremos ver. Colocou no centro uma das condições que mais faz medo em nossa sociedade consumista: ou seja, a pobreza, a necessidade, os últimos, aqueles que não têm direitos, aqueles que não têm voz. Ao fazer isso, chamou com veemência a atenção da nossa sociedade; e o fez reiteradas vezes: por exemplo, durante a viagem a Lampedusa (ilha situada no extremo-sul da Itália, ndr), que considero ter sido um sinal forte da sua escala de valores. Foi a Lampedusa dizer quem era e colocou no centro a condição de milhares de pessoas que preferimos não ver." (RL)







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