"Distinguir migração por trabalho da migração criminosa", pedem bispos dos EUA e México
Nogales (RV) – Nove bispos estadunidenses estão mobilizados desde 30 de março
na fronteira com o México, na localidade de Nogales (Arizona), para sensibilizar a
opinião pública sobre a urgência das reformas do sistema migratório do país e recordar
os milhares de vítimas deste drama. Segunda-feira, 31, celebraram várias missas para
a população, visitaram estruturas de ajuda e assistência aos imigrantes e depois,
simbolicamente, como se fossem clandestinos, fizeram uma longa caminhada nas areis
do deserto de Amado.
Em círculo, os bispos rezaram e pediram ao “Deus do Amor
e da Misericórdia que dê a todos a graça de não serem jamais indiferentes aos sofrimentos
dos irmãos”.
Dom Gerald Kicanas, bispo de Tucson, exortou a imaginar a dor
de milhares de homens, mulheres e crianças que em busca de uma vida melhor atravessam
estas terras, encontrando muitas vezes a morte. “Estamos aqui para mostrar a nossa
solidariedade a estes irmãos”.
Sobre a reforma das leis migratórias, Dom Kicanas
pediu que se faça sempre a distinção entre quem emigra porque quer um futuro melhor
para si e sua família e quem o faz por estar relacionado à delinquência.
Para
o bispo, uma reforma migratória real e humana poderá confluir os esforços e fadigas
da polícia exclusivamente contra quem exporta o crime, e não contra quem quer migrar
à procura de trabalho.
Já Dom Eusebio Elizondo, bispo auxiliar da Arquidiocese
de Seattle e responsável do Comitê episcopal para as Migrações, chamou a atenção para
o fato que a imigração é uma questão “bilateral que envolve nós e o México” e, portanto,
auspiciou um diálogo mais intenso entre os dois governos sobre este tema. (CM)