Jovens autistas presentearão Francisco com a "Bici dos abraços"
Cidade do Vaticano (RV) - “Caro Papa Francisco, em 2 de abril, junto com meus
amigos, levaremos a bicicleta dos abraços feita por nós, ela é fortíssima. Nós estaremos
ali, venha nos saudar”. Foi o que escreveu ao Papa Francisco, Ottavio, com 12 anos
e diagnose de autismo, ao falar ao Pontífice do encontro que terão na Audiência Geral
da próxima quarta-feira, Dia Mundial do Autismo. Na carta, o jovenzinho anexou um
desenho, onde a única cor presente é o vermelho na boca.
A pequena delegação
da Fundação ‘Além do Labirinto ONG’, partirá de Treviso, norte da Itália, convidada
pelo Vaticano. Além de Ottavio, estará presente seu inseparável amigo da mesma idade,
Giampiero, e Simone, de 18 anos, acompanhados pelas mães. Desde 2009 a ONG presta
assistência às pessoas autistas. Na Itália existem cerca de 60 mil famílias que convivem
com esta patologia, que em média requer dois anos antes de um diagnóstico seguro.
É
também desta cidade do Vêneto que virá o presente para Bergoglio: uma ‘HUGBIKE’, ou
‘bici dos abraços’, assim chamada pela singular posição ocupada por quem dirige. De
fato, a pessoa que pedala, praticamente abraça o passageiro sentado diante dela. Ela
será totalmente branca, incluindo a campainha, o assento e o bagageiro. Projetada
para pessoas com deficiência, a bicicleta foi montada por sete jovens da Fundação
que vivem no ‘Villaggio 'Godega 4Autism', aberto em Godega Sant'Urbano (Treviso).
“Queríamos criar uma empresa sustentável que ajudasse na inserção social e
eventualmente no trabalho, dos jovens autistas”, explicou Mario Paganessi, Diretor
da Fundação e pai de um dos três pequenos que encontrarão o Papa Francisco. Também
é sua a idéia da bicicleta. Com a ajuda de um projetista, uma designer e um mestre
de oficina, foram criados cerca de dez protótipos, até se chegar ao modelo ideal,
adaptado aos jovens autistas: “Frequentemente eles não tem a percepção do perigo –
recordou Paganessi -, e quando ficam maiores, correm o risco de distraírem-se e cair.
Ao contrário, agora estão mais seguros e sobretudo melhoram a auto-estima, porque
sentem ser verdadeiramente eles que guiam”. (JE)