A Semana do Papa – uma síntese das principais atividades de 24 a 30 de março
Dia 24 Na
segunda-feira, dia 24 de manhã o Papa Francisco recebeu os participantes da Assembleia
Geral do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde a quem disse que a grande escola
para quem se dedica aos doentes é a Paixão de Jesus. Antes desta audiência aos
agentes da Pastoral da Saúde, o Papa Francisco recebeu os três bispos da Conferência
Episcopal da Guiné-Conakri, liderados pelo arcebispo D. Vincent Coulibaly. Nas
palavras dirigidas a estes bispos, vindos a Roma para a visita “ad limina Apostolorum”,
o Santo Padre sublinhou a necessidade de pôr de lado discórdias e contraposições,
que prejudicam o testemunho cristão. “Para que o Evangelho toque e converta os corações
em profundidade, precisamos de nos recordar que, somente unidos no amor, é que podemos
testemunhar a verdade do Evangelho” – o Santo Padre deixou, assim, claro que só a
unidade entre os cristãos pode superar os conflitos. Logo pela manhã de segunda-feira,
dia 24, na Missa em Santa Marta, o Papa Francisco afirmou que se nós queremos ser
salvos devemos escolher o caminho da humildade: “Não é uma virtude de dizer:
Mas eu não sirvo para nada! E esconder a soberba aí, não! A humildade cristã é dizer
a verdade: ‘Sou pecador, sou pecadora’. Dizer a verdade: é esta a nossa verdade. Mas
há a outra: Deus salva-nos: Mas salva-nos lá, quando nós somos marginalizados; não
nos salva nas nossas seguranças. Peçamos esta graça de ter esta sabedoria de marginalizarmo-nos,
a graça da humildade para receber a salvação do Senhor.” Dia 25 Dia
25 de março, terça-feira, celebra-se a Solenidade da Anunciação do Senhor e o Papa
Francisco afirmou que a salvação é um dom que se recebe com coração humilde, tal
como Maria o fez: “A salvação não se compra, não se vende, oferece-se. É
gratuita. Nós não podemos salvar-nos a nós próprios: a salvação é um presente, totalmente
gratuito. Não se compra com sangue nem de touros, nem de cabras: não se pode comprar.
Para entrar nesta salvação, apenas nos é pedido um coração humilde, um coração dócil,
um coração obediente. Como aquele de Maria.” Dia 26 Na audiência geral
de quarta-feira dia 26 o Papa Francisco, falando sobre o Sacramento da Ordem, afirmou
que o sacerdote deve servir a sua comunidade com amor, senão não serve: “A
Ordem compreendida nos três graus de episcopado, presbiterado e diaconado, é o Sacramento
que habilita ao exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos
de apascentar as suas ovelhas, no poder do seu Espírito e segundo o seu coração.” “O
sacerdote deve apascentar com amor, se não o faz com amor não serve.” Dia
27 No dia 27, quinta-feira, o Papa Francisco celebrou pela manhã na Basílica de
S. Pedro para uma assembleia constituída por 493 parlamentares italianos. Na sua homilia
o Santo Padre afirmou que o abrir o coração a Deus é abrirmo-nos a uma dialética de
liberdade. No final da manhã o Papa Francisco recebeu no Palácio Apostólico o Presidente
dos Estados Unidos da América, Barack Obama, com quem falou sobre paz, defesa da vida,
migrações e objecção de consciência. Dia 28 No dia 28, sexta-feira o Papa Francisco
recebeu os bispos do Madagáscar que estiveram em Roma no âmbito da visita ‘ad limina
apostolorum’ que estão a realizar à Sé de Pedro. O Santo Padre enalteceu o dinamismo
da Igreja naquela grande ilha africana encorajando os bispos a perseverarem no trabalho
de evangelização, imbuídos da alegria do encontro com Cristo e da sua mensagem de
misericórdia. Em particular convidou-os a interpelar sem receio o conjunto da sociedade
malgaxe, em especial os seus responsáveis, no que toca à questão da pobreza, que é
devido em grande parte à corrupção e à falta de atenção ao bem comum. Logo pela
manhã na missa em Santa Marta o Papa Francisco afirmou que Deus espera-nos sempre
pois não se cansa de perdoar: “Este é o nosso Pai, o Deus que nos espera.
Sempre. ‘Mas padre, eu tenho tantos pecados, não sei se Ele ficará contente’. Mas
experimenta ! Se tu queres conhecer a ternura deste Pai, vai ter com Ele e experimenta,
e depois contas-me’. O Deus que nos espera. Deus que nos espera e também Deus que
perdoa. É o Deus da misericórdia: não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos
de pedir o perdão, mas Ele não se cansa. Setenta vezes sete: sempre para a frente
com o perdão. E do ponto de vista de uma empresa, o balanço é negativo. Ele sempre
perde: perde no balanço das coisas, mas ganha no balanço do amor.” “Assim,
que esta palavra nos ajude a pensar no nosso Pai que nos espera sempre, que nos perdoa
sempre e que faz festa quando voltamos.” O Papa Francisco presidiu a uma
celebração penitencial no final da tarde desta sexta-feira na Basílica de São Pedro.
O Santo Padre confessou alguns fiéis e depois confessou-se com um dos 61 sacerdotes
presentes na basílica vaticana. Esta celebração marcou o início da iniciativa "24
horas para o Senhor", promovida pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização.
No decorrer da celebração penitencial o Papa Francisco começou por considerar
que no período da Quaresma, a Igreja, em nome de Deus, renova o seu apelo à conversão.
É um chamamento para mudar de vida: “Converter-se não é uma questão de um
momento ou de um período do ano... é um compromisso que dura toda a vida.” “O
amor de Jesus Cristo dura para sempre, nunca terá fim, porque é a própria vida de
Deus. Este amor vence o pecado e dá a força para nos reerguermos e recomeçar, porque
com o perdão, o coração renova-se e rejuvenesce.” Dia 29 O Papa Francisco
recebeu neste sábado, dia 29, na Sala Paolo VI no final da manhã o Movimento Apostólico
dos Cegos e a Pequena Missão para os Surdos-Mudos. Nas palavras que lhes dirigiu o
Papa Francisco evidenciou que a pessoa doente ou com necessidades especiais,
precisamente a partir da sua fragilidade, do seu limite, pode tornar-se testemunha
do encontro com Jesus que abre à vida e à fé e ao encontro com os outros com a comunidade.
Efetivamente, só quem reconhece a própria fragilidade e os seus limites, pode construir
relações fraternas e solidárias, na Igreja e na Sociedade. Dia 30 O
drama da “cegueira interior” de quem não reconhece Jesus como Luz do mundo foi sublinhado
pelo Papa neste domingo ao meio-dia, na Praça de São Pedro: “O drama da cegueira
interior de tanta gente, também de nós!... A nossa vida por vezes é semelhante à do
cego que se abriu à luz, a Deus e à sua graça. Por vezes, infelizmente, é um pouco
como a dos fariseus: do alto do nosso orgulho julgamos os outros, até mesmo o Senhor.
Hoje somo s convidados a abrir-nos à luz de Cristo, para dar fruto na nossa vida,
para eliminar os comportamentos que não são cristãos”. (RS)