Papa Francisco: "Cristãos e muçulmanos trabalhem juntos pela paz e pelo bem comum"
Cidade
do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro
de oração cristão-islâmico em andamento no Líbano até a próxima quarta-feira, 26 de
março.
O Secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso,
Pe. Miguel Ángel Ayuso Guixot, participa do evento promovido pela Igreja de Notre
Dame de Jamhour, pela Associação dos Antigos Alunos do Colégio da Universidade de
São José e do Colégio Notre Dame de Jamhour. Trata-se da 8ª edição do encontro que
se realiza por ocasião da Festa da Anunciação do Senhor, celebrada nesta terça-feira,
feriado nacional no Líbano desde 2010.
Na mensagem, o Papa Francisco manifesta
sua satisfação em ver cristãos e muçulmanos unidos pela devoção à Virgem Maria. O
Santuário de Nossa Senhora do Líbano, em Harissa, é um lugar abençoado, onde todos
podem invocá-la.
O Papa Francisco reitera as palavras do Beato João Paulo
II quando visitou o Líbano em 1997: "Junto com vocês, confio a Nossa Senhora do Líbano
todos os filhos e filhas desse país. Ó Virgem santíssima, concede a este povo de origem
antiga, mas sempre jovem, manter-se digno herdeiro da sua ilustre história, construindo
com dinamismo o seu futuro no diálogo entre todos, no respeito mútuo dos diferentes
grupos, na concórdia fraterna"!
O Santo Padre encoraja cristãos e muçulmanos
a trabalharem juntos pela paz e pelo bem comum, contribuindo para o desenvolvimento
integral das pessoas e para a edificação da sociedade.
O Papa Francisco confia
todos os participantes do encontro de oração cristão-islâmico e os libaneses à intercessão
da Virgem Maria, Rainha da Paz, Protetora do Líbano. "Deus abençoe o Líbano e todos
os seus habitantes", conclui a mensagem do pontífice.
Em seu discurso proferido
nesta terça-feira, Pe. Miguel Guixot afirmou que "o diálogo é uma comunicação biunívoca
e consiste em falar, ouvir, dar e receber em vista de um desenvolvimento e enriquecimento
mútuo".
"Dialogar se baseia no testemunho da própria fé e na abertura à religião
do outro e isso não significa trair a missão da Igreja, nem dar espaço a um novo método
de conversão ao cristianismo, mas se trata de um diálogo inter-religioso estabelecido
em quatro bases: vida, obras, trocas teológicas e experiências religiosas", ressaltou
o sacerdote.
Em sintonia com o Papa Francisco, Pe. Guixot destacou a devoção
comum entre cristãos e muçulmanos à Virgem Maria, mencionada várias vezes no Alcorão.
"Ela é um modelo de diálogo porque nos ensina a crer, não se detém nas certezas, mas
se abre aos outros e permanece disponível", disse ainda o representante vaticano.
Segundo Pe. Guixot, "este vínculo de devoção cria sentimentos de amizade e
pode encorajar a colaboração e a solidariedade entre as duas comunidades, junto com
o reconhecimento mútuo de filhos do único Deus, pertencentes à mesma família humana".
"É
com estima que a Igreja se dirige aos fiéis do Islã e além das diferenças teológicas
substanciais entre as duas religiões, a veneração comum por Maria pode ser um terreno
favorável para a convivência entre as duas comunidades", concluiu o representante
vaticano. (MJ)