2014-03-25 18:20:45

Papa Francisco: "Cristãos e muçulmanos trabalhem juntos pela paz e pelo bem comum"


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Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro de oração cristão-islâmico em andamento no Líbano até a próxima quarta-feira, 26 de março.

O Secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Pe. Miguel Ángel Ayuso Guixot, participa do evento promovido pela Igreja de Notre Dame de Jamhour, pela Associação dos Antigos Alunos do Colégio da Universidade de São José e do Colégio Notre Dame de Jamhour. Trata-se da 8ª edição do encontro que se realiza por ocasião da Festa da Anunciação do Senhor, celebrada nesta terça-feira, feriado nacional no Líbano desde 2010.

Na mensagem, o Papa Francisco manifesta sua satisfação em ver cristãos e muçulmanos unidos pela devoção à Virgem Maria. O Santuário de Nossa Senhora do Líbano, em Harissa, é um lugar abençoado, onde todos podem invocá-la.

O Papa Francisco reitera as palavras do Beato João Paulo II quando visitou o Líbano em 1997: "Junto com vocês, confio a Nossa Senhora do Líbano todos os filhos e filhas desse país. Ó Virgem santíssima, concede a este povo de origem antiga, mas sempre jovem, manter-se digno herdeiro da sua ilustre história, construindo com dinamismo o seu futuro no diálogo entre todos, no respeito mútuo dos diferentes grupos, na concórdia fraterna"!

O Santo Padre encoraja cristãos e muçulmanos a trabalharem juntos pela paz e pelo bem comum, contribuindo para o desenvolvimento integral das pessoas e para a edificação da sociedade.

O Papa Francisco confia todos os participantes do encontro de oração cristão-islâmico e os libaneses à intercessão da Virgem Maria, Rainha da Paz, Protetora do Líbano. "Deus abençoe o Líbano e todos os seus habitantes", conclui a mensagem do pontífice.

Em seu discurso proferido nesta terça-feira, Pe. Miguel Guixot afirmou que "o diálogo é uma comunicação biunívoca e consiste em falar, ouvir, dar e receber em vista de um desenvolvimento e enriquecimento mútuo".

"Dialogar se baseia no testemunho da própria fé e na abertura à religião do outro e isso não significa trair a missão da Igreja, nem dar espaço a um novo método de conversão ao cristianismo, mas se trata de um diálogo inter-religioso estabelecido em quatro bases: vida, obras, trocas teológicas e experiências religiosas", ressaltou o sacerdote.

Em sintonia com o Papa Francisco, Pe. Guixot destacou a devoção comum entre cristãos e muçulmanos à Virgem Maria, mencionada várias vezes no Alcorão. "Ela é um modelo de diálogo porque nos ensina a crer, não se detém nas certezas, mas se abre aos outros e permanece disponível", disse ainda o representante vaticano.

Segundo Pe. Guixot, "este vínculo de devoção cria sentimentos de amizade e pode encorajar a colaboração e a solidariedade entre as duas comunidades, junto com o reconhecimento mútuo de filhos do único Deus, pertencentes à mesma família humana".

"É com estima que a Igreja se dirige aos fiéis do Islã e além das diferenças teológicas substanciais entre as duas religiões, a veneração comum por Maria pode ser um terreno favorável para a convivência entre as duas comunidades", concluiu o representante vaticano. (MJ)







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