2014-03-24 19:27:33

"A unidade entre os cristãos vence os conflitos", diz o Papa aos Bispos da República da Guiné


Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira, no Vaticano, os bispos da República da Guiné, em visita ad Limina.

"Num mundo ferido por tantos conflitos étnicos, políticos e religiosos, as nossas comunidades devem ser autenticamente fraternas e reconciliadas, porque as discórdias entre os cristãos são o maior obstáculo para a evangelização. Somente permanecendo unidos no amor podemos testemunhar a verdade do Evangelho", afirma o Santo Padre em seu discurso que foi entregue aos prelados.

"A unidade entre os cristãos vence os conflitos. As discórdias favorecem a proliferação de grupos que exploram a pobreza e a boa fé das pessoas, oferecendo soluções ilusórias dos problemas", frisa ainda o pontífice.

Não obstante as condições difíceis em que a Boa Nova é anunciada, "na Guiné Conacri se realiza um grande trabalho de evangelização, em que os bispos não estão sozinhos. Com eles, todo o povo de Deus é missionário", sublinha ainda o Papa Francisco.

Recordando que a nossa vida deve ser coerente com o Evangelho que pregamos, o Santo Padre destaca a realidade viva das dioceses da República da Guiné, referindo-se aos leigos engajados na pastoral, com especial atenção aos catequistas que desempenham um insubstituível trabalho de evangelização e animação nas comunidades cristãs.

O Papa Francisco exorta a ajudar as famílias para as quais o modelo cristão deve ser proposto e vivido sem ambigüidade, não obstante a poligamia seja ainda difundida e sejam freqüentes os casamentos com disparidade de culto, ou seja, entre um batizado e um não batizado.

Para os leigos, em particular os jovens, o Santo Padre sugere convidá-los a testemunhar sua fé com maior compromisso social a fim de que junto com outras componentes da vida social sejam artesãos da paz e da reconciliação e lutem contra a pobreza extrema no país. Nesta perspectiva, não obstante as dificuldades, o Papa propõe aprofundar as relações com as comunidades muçulmanas locais, aprendendo reciprocamente a aceitar maneiras diferentes de ser, pensar e se expressar.

No documento, o Papa se lembra também dos religiosos e das religiosas que através da oração e das obras estão sempre ao lado do povo. Muitas vezes em situações de pobreza extrema, eles oferecem assistência médica, educacional e escolar, não obstante o número exíguo de sacerdotes. Por esta razão, o pontífice destaca a necessidade de incentivar as vocações sacerdotais.

O Santo Padre pede aos bispos para que sejam pais e amigos, recordando-lhes que os sacerdotes devem viver de acordo com o que pregam, pois está em jogo a credibilidade do testemunho da Igreja.

Francisco elogia no documento a recente abertura do seminário dedicado ao Papa emérito Bento XVI a fim de que nasça um novo impulso na vida sacerdotal, oferecendo aos jovens um caminho sério de crescimento intelectual e espiritual.

O Santo Padre recomenda uma vocação vivida na alegria, observando as exigências do celibato eclesiástico, recusando o mundanismo e carreirismo, pois o sacerdócio "não é um meio de ascensão social". (MJ)







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