O pesar pelo falecimento de Dom Zhongliang, Bispo chinês da 'Igreja subterranea'
Xangai (RV) – Milhares de pessoas foram às ruas de Xangai na manhã deste sábado,
para prestar a última homenagem a Dom Joseph Fan Zhongliang, falecido em 16 de março,
aos 97 anos. Há quase 20 anos o prelado vivia em prisão domiciliar.
O Prefeito
da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Fernando Filoni, enviou uma
mensagem de condolências ao Bispo Taddeo Ma Daqin e à Diocese de Shangai, afirmando
“que como bom pastor, ele ofereceu a si mesmo para a glória de Deus, pelo bem da Igreja
e do povo”.
Nascido em 1918, Joseph Zhongliang entrou na Companhia de Jesus,
tornando-se sacerdote em 1951. Em 1955 foi preso, permanecendo cerca de 30 anos na
prisão e nos campos de trabalho forçado. Foi nomeado bispo em 2000 por João Paulo
II.
Dom Fan era Presidente da Conferência Episcopal Católica clandestina na
China. Alguns presentes observaram que a sua fé permitiu que suportasse decênios de
sofrimentos na China comunista, quer na prisão ou em campos de trabalhos forçados.
As
autoridades chinesas - que não o reconheciam como Bispo -, rejeitaram os pedidos da
comunidade cristã local para que o funeral do jesuíta fosse realizado na Catedral
de Santo Inácio, o principal templo católico de Xangai. O corpo acabou sendo velado
na sala de uma funerária. Um grande telão mostrava imagens de Fan aos fiéis reunidos
na Praça em frente, enquanto cantavam, rezavam e escutam uma narração da vida do Bispo.
Na
China existe uma Igreja Católica controlada pelo governo, que rejeita a autoridade
do Vaticano e uma Igreja ‘subterrânea’, ligada à Roma. Segundo estimativas, são cerca
de 12 milhões os católicos no gigante asiático, divididos entre as duas igrejas. (JE)