Moçambique: Sociedade civil organiza marcha em protesto ao Código Penal
O Fórum Mulher
que congrega várias organizações da sociedade civil vai realizar esta quinta–feira,
dia 20 de Março corrente, uma marcha pacífica em protesto ao Código Penal em revisão
e que já foi aprovado na generalidade pelo Parlamento em Dezembro do ano passado.
No entender das organizações da sociedade civil o referido Código Penal está enfermado
de graves violações dos direitos humanos, uma vez que por exemplo, perante uma mulher
violada, obriga–se o violador a casar com a vítima e assim fica isento da sua responsabilidade
criminal.
Mabota aponta o dedo aos legisladores
Falando em
conferência de Imprensa convocada para esta terça–feira na capital moçambicana, a
presidente da Liga Moçambicana dos Direitos Humanos, Alice Mabota, disse que neste
Código Penal se notam grandes lacunas que o legislador cometeu. Mabota faz alguns
questionamentos face a essas lacunas. A Presidente da Liga Moçambicana dos Direitos
Humanos, faz uma alusão às crianças que são violadas até pelos seus pais, mas, no
seu entender, o legislador não olha para essas particularidades daí que Alice Mabota
lança uma grande crítica aos legisladores por estarem dissociados da realidade moçambicana. “...colocar
a vítima a casar com o violador é uma grande aberração”
E a coordenadora
do Fórum Mulher, Graça Samo, disse que são muitos aspectos preocupantes neste Código
Penal, e colocar a vítima a casar com o violador é uma grande aberração. Graça Samo
confirmou que a marcha pacífica em protesto às lacunas do Código Penal vai se realizar
nesta quinta-feira, 20 de Março e apela a maior participação da sociedade civil que
deve despertar face à violação dos seus direitos humanos.
“Não estão a ser
respeitados os princípios e os direitos constitucionais”
Refira–se que
a Marcha de protesto face às graves violações dos direitos humanos patentes no Código
Penal vai decorrer sob o lema “Não estão a ser respeitados os princípios e os direitos
constitucionais”. O Código Penal já foi aprovado na generalidade pelo Parlamento faltando
a sua aprovação na especialidade para a sua entrada em vigor. Hermínio José, Maputo.