2014-03-15 11:45:07

Sepultado no panteão dos patriarcas, em São Vicente de Fora, D. José Policarpo. A homilia de D. Manuel Clemente, nas exéquias na Sé


Nas exéquias de D. José Policarpo, na Sé de Lisboa, nesta sexta à tarde, o atual Patriarca, D. Manuel Clemente, afirmou que o falecido cardeal Policarpo foi uma “altíssima figura” que marcou a relação entre Igreja Católica e sociedade, nas últimas décadas.
“Não seríamos como somos, um evidente caso de colaboração positiva Igreja-Estado, cada qual no seu campo e em benefício comum da sociedade que integramos, crentes e não-crentes, sem a marca forte da sua magnífica personalidade, do seu certeiro magistério e da grandeza do seu coração”, afirmou D. Manuel Clemente na homilia da Missa exequial, a que presidiu.

O patriarca emérito - considerou - foi uma “constante referência” de “inteligência, serenidade, prudência ativa”. Para D. Manuel Clemente, o seu predecessor representou para muitos uma “alta síntese de lucidez e bondade”, a “caraterização maior” do que o cardeal representou na Igreja e na sociedade em Portugal.
D. José Policarpo, patriarca de Lisboa entre 1998 e 2013, faleceu na quarta-feira aos 78 anos, na sequência de problemas cardíacos.

D. Manuel Clemente passou em revista as “décadas de convívio próximo e colaboração pastoral direta e” com o falecido patriarca emérito, na diocese e na Conferência Episcopal Portuguesa.
O atual patriarca de Lisboa recordou o encontro com o então padre Policarpo, na altura professor e vice-reitor do Seminário Liceal de Penafirme (1963-1968). “Para mim e outros jovens de então cedo representou a imagem de um padre jovem e convincente, como continuou a ser”, e uma “bússola de norte firme”, relatou. Os dois reencontraram-se no Seminário dos Olivais, onde D. José Policarpo foi reitor de 1970 até junho de 1997.
Segundo D. Manuel Clemente, o falecido cardeal promoveu um “discernimento maior” do que deveriam ser a Igreja e a sociedade, “à luz do Evangelho de sempre em tempos que pediam diferenças”. “Certamente, não seríamos o que somos sem ele”, asseverou.
O funeral do cardeal contou com a presença de dezenas de padres e da quase totalidade dos bispos portugueses, bem como do núncio (embaixador da Santa Sé) D. Rino Passigato. Presentes também na celebração o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, e outros responsáveis políticos e da sociedade civil. D. Manuel Clemente agradeceu a presença destes representantes, em homenagem a "um homem muito atento" a Portugal. Cavaco Silva disse aos jornalistas, no final da celebração, que "a nação portuguesa está de luto" pela perda de uma personalidade de "grande inteligência e de grande tolerância".

D. José da Cruz Policarpo nasceu a 26 de fevereiro de 1936 em Alvorninha, Caldas da Rainha, território do Distrito de Leiria e do Patriarcado de Lisboa. Padre desde 15 de agosto de 1961, foi ordenado bispo em 1978 (auxiliar de Lisboa) e criado cardeal por João Paulo II em 2001. 16.º patriarca de Lisboa, assumiu esta missão a 24 de março de 1998, após a morte de D. António Ribeiro, de quem era coadjutor desde março de 1997, sendo substituído por D. Manuel Clemente em maio de 2013.
D. José Policarpo foi sepultado no Panteão dos Patriarcas, no Mosteiro de São Vicente de Fora, não longe da Sé de Lisboa.
(PG, com Ecclesia).









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