Papa visitará a Coréia do Sul de 14 a 18 de agosto
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco irá à Coréia do Sul de 14 a 18 de
agosto. A data da viagem apostólica foi oficializada nesta segunda-feira pela Sala
de Imprensa da Santa Sé.
A visita se dará por ocasião da VI Jornada da Juventude
Asiática, que se realizará na Diocese de Daejeon. O porta-voz vaticano, Pe. Federico
Lombardi, precisou à mídia que o Papa presidirá também a cerimônia de Beatificação
de um grupo de mártires coreanos.
"Tem-se que ir à Ásia. Porque o Papa Bento
não teve tempo de ir às Ásia e é importante." Era 28 de julho do ano passado, a JMJ
do Rio de Janeiro tinha sido concluída naquele domingo, quando, a bordo do avião que
o trazia de volta a Roma, na longa entrevista de uma hora e meia concedida aos jornalistas,
Francisco lançou seu olhar para o Oriente.
Francisco prepara-se para visitar
a Coréia do Sul nas pegadas de João Paulo II. De fato, o Pontífice que daqui a um
mês e meio será proclamado Santo esteve duas vezes (maio de 84 e outubro de 89) na
parte sul da península – dividida pelo 38º paralelo e, sobretudo, por uma jamais arrefecida
rivalidade fratricida.
O Santo Padre prepara-se para seguir suas pegadas 25
anos depois, tendo no coração um pensamento bem definido, já expresso em 13 de janeiro
passado na audiência ao Corpo diplomático junto à Santa Sé:
"Por ocasião
do 50º aniversário das relações diplomáticas com a República da Coréia, gostaria de
implorar a Deus o dom da reconciliação na península, com os votos de que, para o bem
de todo o povo coreano, as partes em questão não se cansem de buscar pontos de encontros
e possíveis soluções. De fato, a Ásia tem uma longa história de convivência pacífica
entre seus vários componentes civis, étnicos e religiosos."
Portanto, uma
viagem para falar de paz numa terra que há 50 anos vive uma guerra fria (Coréia do
Sul e Coréia do Norte) e para abraçar os jovens protagonistas do que pode ser considerada
uma espécie de "JMJ" asiática.
Mas no coração do Papa Francisco estará, sobretudo,
a sorte da pequena Igreja local, minoria que, contudo, se mostra viva e empreendedora
e que, como todas as Igrejas de missão, se apóia nas costas de gigantes que a fundaram
a preço de sangue.
Esse particular reconhecimento será feito propriamente pelo
Papa Francisco que, durante a visita, elevará à honra dos altares o Servo de Deus
Paul Yun Ji-chung, leigo, e 123 companheiros seus, mortos por ódio à fé entre 1791
e 1888, para os quais um mês atrás o Papa assinou o decreto de Beatificação.
De
Seul, o Cardeal Andrew Yeom Soo-jung imediatamente agradeceu ao Papa Francisco com
uma mensagem "por ter lembrado dos jovens da Ásia e dos fiéis coreanos e por ter decidido
– escreve – empreender uma viagem tão longa ao nosso país".
Na missa de ação
de graças pela criação dos novos cardeais, revela o purpurado, "o Santo Padre dirigiu-me
palavras afetuosas dizendo-me verdadeiramente amar a Coréia".
"Rezo a fim de
que a visita do Papa Francisco traga reconciliação e paz à península – conclui. Espero
que esta possa ser uma ocasião para toda a Ásia sentir a paz de Nosso Senhor. Espero
também que essa visita possa ser ocasião para que os pobres e os marginalizados reencontrem
a esperança." (RL)