2014-03-03 19:31:19

Oportunidade de conversão


Maringá (RV) - “Carnaval é uma festa que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.. Através dessa festa os gregos realizavam seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. O período do Carnaval era marcado pelo ‘adeus à carne’ ou do latim ‘carne vale’ dando origem ao termo ‘carnaval’. Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.

A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se inspiraram no Carnaval parisiense para implantar suas novas festas carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo, Tóquio. O Carnaval do Rio de Janeiro está atualmente no Guinness Book como o maior Carnaval do mundo.” (Enciclopedia do Google).

O sentido de fazer festa, nos leva a necessidade de comemorar datas importantes, em âmbito pessoal, familiar ou social. Sente-se o desejo de que outras pessoas participem daquele momento alegre, festivo, cheio de emoção, mas também existe a necessidade de se encontrar estabelecendo relacionamentos novos, se aproximando mais uns dos outros.

Esse estilo de festa ainda hoje existe e faz bem a todos. O estilo estravagante, exagerado, misturando o direito de se encontrar e divertir, com bebedeiras, drogas, libertinagem sexual, relaxamento dos bons costumes, isso nunca pode ser chamado de festa. O ser humano é insaciável em todos os sentidos, nunca esta satisfeito, por isso busca toda a forma de prazeres, pensando que ali está o sentido último da vida. Frustações se sucedem, e o gosto de viver desaparece.

Depois destes abusos, muitos pensam que ir ao templo e receber as cinzas está tudo resolvido. Não é magia e nem superstição o rito da Quarta-Feira de cinzas, quando iniciamos o caminho de quarenta dias para a celebração da Páscoa.

Ao receber a cinza, resultado do ramo queimado, ouvimos as palavras do Mestre: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 12-15).

Aqui não tem nada de mágico, e sim um convite para deixar tudo, mudar o rumo da vida, colocar o destino na direção da eternidade. Sem essa dimensão sobrenatural, transcedental da vida humana vive-se como “barata tonta”, sem rumo e sem sentido de estar no mundo.

Por isso a prática do jejum e da abstinência de carne, nos provoca a dominar nosso estômago, a comer menos, a repartir com quem não tem.

Não se trata de não comer carne para comer um bacalhau caro. Isso pode ser hipocrisia. Posso fazer jejum de comida, como posso jejuar a língua faladeira, a mão da roubalheira, os desejos de possuir sem necessidade, enfim, não se trata de coisas e sim de abster-se de atitudes anti-cristãs, anti-evangélicas.

Cristãos de fachada, de aparência, de faz de conta: chegou a hora de tirar as máscaras, e mostrar o verdadeiro rosto. Somos ou nao somos díscpulos de Jesus? Adeus à carne, adeus a tudo o que me leva a satisfazer os meus desejos e vontades descontroladas.

Que não seja mais uma quaresma, e sim, a grande oportunidade que Deus me dá para recomeçar um caminho de seguimento de Jesus, nosso Mestre e Senhor. Desde já, boa quaresma para você e sua família!


Dom Anuar Battisti
Arcebispo de Maringá (PR)







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