Cidade do Vaticano
(RV) - No nosso Espaço Memória Histórica, 50 anos do Concílio Vaticano II, vamos
dedicar a edição de hoje à Abertura do evento Conciliar.
Com um Motu Proprio
de 2 de fevereiro de 1962 - Festa da Purificação da Bem-aventurada Virgem Maria e
quarto ano de Pontificado - João XXIII fixou a data de abertura do Concílio Vaticano
II: 11 de outubro de 1962. A razão da escolha está ligada à lembrança do 'grande Concílio
de Éfeso', que teve "suma importância na história da Igreja".
Após dois anos
de intensos trabalhos, uma cerimônia pública abre oficialmente o Concílio. A imponente
e interminável procissão dos padres conciliares pela Praça São Pedro encanta o público
presente. João XXIII entoou o hino Ave Maris Stella na Colunata de Bernini,
dispensando a 'sedia gestatoria' - o trono vermelho - em que costuma ser carregado.
Queria caminhar no meio da multidão presente na Praça. O Pontífice, foi recebido aos
grito de "Viva o Papa".
Na cerimônia de abertura, estavam presentes 2.540 dos
2.908 prelados com direito a participar do Concílio (1060 europeus - dos quais 423
italianos, 144 franceses, 87 espanhóis, 59 poloneses, 29 portugueses, 408 asiáticos,
351 africanos, 416 da América do Norte, 620 da América Latina e 74 da Oceania). Mesmo
com a maciça e representativa presença do episcopado mundial, muitos não puderam participar,
por viverem sob regimes autoritários. Todos os escalões da hierarquia católica estavam
representados. Também estavam presentes - provenientes de 86 países e organismos internacionais
-, observadores das Igrejas Ortodoxas, Protestantes e de outras denominações cristãs.
Dentro
da Basílica - cuja nave central foi transformada numa grande sala de debates, com
tribunas erguidas nos dois lados - João XXIII acompanhou a Missa celebrada pelo Cardeal
Decano, Eugenio Tisserant e fez o discurso de abertura do Concílio, o qual iremos
analisar, nas nossas próximas edições. (JE)